Com a mania americana de fundir palavras o carro-avião bem que poderia se chamar de
carvião. É o sonho de várias pessoas nos EUA, onde um grande número de pequenas cidades possui aeroportos subutilizados. Na realidade, trata-se de uma excelente idéia. Depois das medidas de segurança nos aeroportos comerciais, além de estradas e ruas cada vez mais cheias de veículos, o tempo de viagem de porta a porta se estendeu de forma desanimadora, particularmente nos EUA. Mas encontrará interessados também em muitos outros países.
Essa foi a razão que moveu Carl Dietrich e alguns colegas formandos do Massachusetts Institute of Tecnology, mais conhecido pela sigla MIT e por se ter tornado um dos maiores centros de novas tecnologias e avanços científicos do mundo. Dietrich ganhou um prêmio de US$ 30 mil e aplicou-os integralmente no projeto. Eles fundaram a empresa Terrafugia (em latim algo como escapantes da Terra), no ano passado, com o firme intento de lançar o Transition. A missão da empresa, colocada em estatuto, é expandir a mobilidade pessoal por meio da integração prática de viagens terrestre e aérea.
O Transition é um misto de pequeno avião e carro, triciclo com duas rodas à frente e hélice traseira, para dois ocupantes e bagagem – 220 kg de carga útil, metade da capacidade de um automóvel comum. Um tanque de 76 litros de gasolina premium (98 octanas) é suficiente para cobrir distâncias superiores a 700 quilômetros.
Em 1918, Felix Longobardi patenteou um veículo capaz de rodar em estradas e ao mesmo tempo voar – no sentido literal da palavra. Nos anos 1950 e 1960, Molt Taylor construiu vários protótipos viáveis tecnicamente, porém sem alcançar perspectiva econômica. Para conhecer um pouco dessa história visite o site (em inglês) http://www.roadabletimes.com .
A pluralidade de conceitos do carro voador demonstrou que havia e há necessidade de um veículo desse tipo. Apesar da grande vontade de visionários, a razão custo/benefício sempre esbarrava em barreiras financeiras. A Terrafugia quer superar essas desvantagens, aproveitando o desenvolvimento de materiais construtivos mais resistentes e leves e motores mais eficientes. Ela se propõe a quebrar paradigmas e, finalmente, oferecer um avião pessoal com capacidade de uso rodoviário.
O Transition está na fase de refinamento dos estudos e desenhos, antes da construção do primeiro protótipo. Em março último, ultrapassou a etapa crítica chamada de Avaliação Preliminar do Projeto. Suportou o crivo do Departamento de Aeronáutica e Astronáutica do MIT e vinte especialistas em automóveis, mecânica de vôo, instrutores, materiais compósitos e fabricantes de aviões. Lá recebeu boas sugestões sobre estrutura, trem de força e aerodinâmica, sem encontrar nenhum problema crítico. Nem mesmo o sistema de asas retráteis sofreu ressalvas, pois é uma técnica há muito dominada, inclusive nos caças a reação F18 e outros embarcados em porta-aviões.
Entre as características marcantes estão a capacidade de voar até 4.000 metros de altitude, distância de decolagem de apenas 500 metros, velocidade de cruzeiro no ar de 185 km/h com o seu motor Rotax de 101 cv. Em terra, o consumo no ciclo urbano é de 10 km/l (praticamente igual ao uso no ar), mas pode atingir 14 km/litro em estradas. A cabine terá airbags duplos, navegador GPS e instrumento eletrônico de distribuição de peso indispensável para o vôo seguro. Os pára-choques dianteiro e traseiro têm função aerodinâmica.
As principais dimensões externas — 5,7 metros de comprimento e 2 metros de altura — deixam antever que vai caber em garagens onde se abrigam normalmente as enormes picapes e utilitários esporte que ainda fazem sucesso junto ao consumidor americano. Com asas abertas, a envergadura alcança 8 metros e quando recolhidas ficam bem juntas à carroceria ou, quem preferir, fuselagem.
Sua linha de montagem em Woburn, Massachusetts, seguirá padrões aeronáuticos. A fim de comprovar a seriedade do projeto, o carvião Transition já possui preço final sugerido: US$ 148.000, ou menos de duas vezes o valor de um Porsche 911 básico no mercado americano. Os interessados precisam fazer um depósito de 5% (reembolsável) numa instituição financeira como garantia de pedido firme.
A previsão da Terrafugia é que o protótipo funcional fique pronto em 2008 e a primeira entrega ocorra no final de 2009. A empresa conta, para ampliar o interesse no produto, com o estímulo na obtenção da licença de piloto de aeronave de esporte. A Administração Federal de Aviação dos EUA facilitou essa concessão a partir de 2004.
Outras informações e animações artísticas de qualidade do Transition podem ser vistas no site da companhia: www.terrafugia.com. Há necessidade de dispor ou baixar da internet o tocador multimídia QuickTime. Existe ainda link para o programa simulador de vôo X-Plane, a ser adquirido, para conseguir sensações virtuais ao volante, ou mais precisamente, manche.
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