quarta-feira, janeiro 31, 2007

COLHEITAS DAS VERDADES

COLHEITAS DAS VERDADES



Colheitas das Verdades é uma coletânea de frases, parágrafos e citações, colhidas por William Pereira da Silva durante vários anos de sua vida, retiradas de livros e autores diversos e apresentado sem uma ordem lógica dos temas. O objetivo é dar aos leitores algo para que possam meditar, ou melhor, filosofar sobre os diversos temas e utilizá-los na sua vida diária, como exemplos de verdades a serem utilizadas que irão ajudar a encontrar soluções para muitos dos seus problemas. Os autores das frases, citações ou parágrafos, vai desde CERVANTES, VOLTAIRE, ROUSSEAU, MAQUIAVEL, KARL MARX, FIDEL CASTRO, até autores desconhecidos.
Os temas referem-se à humildade, liberdade, escravidão, maldade, julgamento, política, ódio, amor, vida, inteligência, julgamento, prostituição e uma infinidade de assuntos.






VOLTAIRE



É impossível em nosso infeliz mundo que os homens na sociedade não se dividam em duas classes, numa de opressores e outra de oprimidos. O gênero humano, tal como é, não pode subsistir sem que haja uma infinidade de homens úteis que não possuam coisa alguma, porque um homem que tem haveres jamais deixará a sua própria terra a fim de cultivar a vossa; e se a gente tem necessidade de um par de sapatos não será um jurisconsulto que irá fabricá-lo. A igualdade que é a idéia mais natural, é ao mesmo tempo a coisa mais quimérica.


*

Tudo quanto diz respeito `a natureza humana se assemelha em todos os recantos do universo, ao passo que tudo quanto depende de costumes é diferente. O costume dissemina a variedade, a natureza, a unidade. Em toda parte, o fundo é o mesmo, a cultura produz frutos diferentes.

*

Voltaire dizia a um ministro buguenote indulgente:
"Meu amigo, eu também não creio no inferno eterno, mas é bom que sua criada, seu alfaiate e mesmo seu procurador o creiam..."


*


O mundo está sujeito a leis fixas. Estas leis são imutáveis; "Os corpos caem em direção da terra... as pereiras não podem da abacaxis... O instinto de um cãozinho não pode ser de um avestruz... Tudo é combinado, engrenado e limitado"... O homem não pode ter mais que certo número de dentes, de cabelos e de idéias.
Quem nos chama de "Bonecos da Providência" acertou bem com a definição.


*

Somos animais absolutamente imperceptível, e entretanto somos esmagados por tudo que nos rodeia.

*

Depois de inumerável quantidade de cidades que foram destruídas e depois reconstruídas, e em seguida construídas de novo como formigueiros, que diremos desses mares de areia, dos flagelos, das inundações, dos vulcões, dos terremotos, das peste, das guerras, dos crimes etc, podemos dizer que Deus criou o mundo por meio de leis gerais, que não se preocupa com o destino de cada indivíduo e que além do mais, há em favor da existência de Deus um argumento de natureza diferente, mas que é irrefutável, que é o argumento moral.



*


Que é que um cão ou um cavalo deve a outro? Nada, nenhum animal depende de seu semelhante; mas o homem recebeu uma luz divina que se chama razão. Qual o resultado? Tornou-se escravo em toda parte.


*


A miséria é inerente à nossa espécie è que subordina um homem a outro homem; não é a desigualdade que é a infelicidade real, é a dependência. Pouco importa que um homem seja Sua Alteza e outro Sua Santidade; o duro e servir um ao outro.


*

O homem nasce com uma tendência assaz violenta para a dominação, as riquezas e os prazeres e com muita gosto para a preguiça: por conseguinte o homem deseja o dinheiro e também as mulheres ou filhas dos outros; quer tornar-se senhor de todos, sujeitá-los a seus caprichos e passar a vida sem fazer nada ou fazendo coisas agradáveis.


*

A sua vontade não é livre, mas suas ações são livres, a pessoa é livre de fazer uma coisa quando tem o poder de fazê-la.


*

Um milagre é a violação das leis matemáticas, divinas, imutáveis e eternas.


*


Quando um trapaceiro se faz Cristão, está certo de fazer fortuna.


*

O amor-próprio é à base de todos os sentimentos e de todas as ações. Esse amor-próprio é o instrumento de nossa conservação.
*

LEIA MAIS EM:
http://colheitasdasverdades.blogspot.com/

segunda-feira, janeiro 29, 2007

EDUCAÇÃO FÍSICA: SABEDORIA DE VIVER – PARTE I

EDUCAÇÃO FÍSICA: SABEDORIA DE VIVER – PARTE I

Silvino Santin

A área da Educação Física transformou-se nos últimos anos num grande fórum de debates, em que se busca descer às raízes das questões que dizem respeito às atividades por ela englobadas. Pode-se afirmar, sem medo de errar, que todos esses debates e questionamentos passam por uma crise de identidade que pode ser resumida pela discussão da legitimidade do próprio nome Educação Física. De fato, os questionamentos de muitos profissionais da área revelam claramente profundas preocupações quanto ao significado em relação ao individuo, à escola e a sociedade. Congressos, Seminários, Simpósios e Encontros multiplicam-se em toda parte buscando definir funções, conceitos e competências da Educação Física e de seus profissionais. Esta efervescência sem dúvida, além de demonstrar uma grande vitalidade, acentua a importância para os destinos do Setor.
A literatura, que documentou esses primeiros debates, registra um consenso geral de denuncias a subserviência da área e o baixo nível de consciência política e social de seus profissionais. Chegou-se a afirmar que, para a Educação Física, o homem não possui cabeça, mas apenas, membros e tronco. Aos poucos, porém, denunciar e desmascarar desvios e alienações tornou-se um lugar comum cansativo e, até certo ponto, estéril. Continuar martelando que a Educação Física foi inspirada em exercícios e práticas militares e que continua voltada exclusivamente para o esporte de alto rendimento não resolvia o problema, não superava deficiências e não corrigia desvios. Era preciso formular questões mais substantivas, capazes de sugerir outras alternativas e de definir novas competências. Neste momento, o espírito demolidor das denuncias começou a ceder lugar ao trabalho paciente das reflexões construtivas.
Dentro deste novo panorama os debates, estudos e pesquisas dirigem sua atenção para temas de ordem filosófica, antropológica, psicológica, cultural e social. A introdução destes novos ingredientes, de um lado, tornou os debates mais ricos e profundos, de outro lado, porém, gerou uma atmosfera de conflitos. As denuncias pareciam gozar de unanimidade. A nova Reflexão fez surgir posições ideológicas de diferentes matizes. Numa tentativa de identificar a situação pode-se hoje, com bastante segurança definir três tendências, não excludentes entre si, mas que podem traças rumos diferentes para a Educação Física.

a) TENDÊNCIA DA CIENTIFICIDADE

Há um grupo, bastante expressivo e bem determinado de pesquisadores que sonham com a Educação Física como uma ciência autônoma. Eles defendem, no fundo, o ideal do novo espírito cientifico proposto pelos não-positivistas contemporâneos. Para este grupo, a Educação Física e seu profissional só serão respeitados quando a Educação Física for reconhecida pela comunidade dos cientistas como uma ciência especifica.. Enquanto isso não acontece ficará numa posição subalterna e mesmo de desprezo. Para alguns, de inspiração mais filosófica, isto acontecerá quando se puder falar num estatuto epistemológico próprio, que poderia ser a ciência da motricidade humana. Para outros a Educação Física garantiria sua identidade cientifica vinculando-se a padrões de saúde, ou seja, às possibilidades de desenvolvimento orgânico perfeito. Com laboratórios bem equipados, aliados a uma alimentação adequada e a exercícios físicos dirigidos e controlados tecnicamente, seria possível fornecer a base cientifica das atividades especificas da Educação Física. Em resumo, pretende-se colocar a ciência como critério supremo da validade da Educação Física.

b) TENDÊNCIA PROFISSIONALIZANTE

Um grupo, talvez o mais numeroso, luta por uma Educação Física definida como uma atividade profissional liberal. O profissional da Educação Física, segundo esta tendência, deve ser equiparado ao bacharel em direito, ao médico, ao economista, etc. Somente assim a Educação Física seria reconhecida, garantindo-se uma fatia no mercado de trabalho e via legislação, assegurando-se a reserva deste mercado. Suas lutas, fundamentalmente, voltam-se para a política de organização profissional e institucional da classe tentando estabelecer uma legislação federal que dê suporte jurídico aos direitos profissionais fundamentais dos egressos dos Cursos de Educação Física.
CONTINUA ABAIXO

EDUCAÇÃO FÍSICA: SABEDORIA DE VIVER – PARTE II

EDUCAÇÃO FÍSICA: SABEDORIA DE VIVER – PARTE II

c) TENDÊNCIA EDUCACIONAL

Há, por fim, um terceiro grupo, talvez menor e sonhador, inspirado em temas humanísticos que busca entender a Educação Física com uma ação pedagógica. Antes de se tornar ciência, antes d constituir-se em profissão liberal, a Educação Física é uma sabedoria de viver, uma exigência pessoal e existencial, isto é, uma tarefa educativa. Desta maneira, ela, em suas raízes mais profundas, tem compromisso com a pessoa, isto é, com o crescimento, desenvolvimento e bem-estar do ser humano. Ela é um processo educativo que, antes do saber cientifico e do trabalho produtivo, tem um compromisso com a existência humana.
Defende-se, aqui, o ideal pedagógico da Educação Física por considerá-la uma ação mais abrangente, compromissada com a globalidade das situações humanas. Diante disto é necessário considerar alguns pontos, tanto em relação às ciências, quanto em relação ao trabalho profissional. A ciência, em primeiro lugar, não é uma tábua de salvação, nem infalível, nem geral. Se o fosse, há muito tempo a humanidade teria resolvido seus cruciais problemas. Pergunta-se, hoje, se a solução cientifica de alguns problemas não se deu à custa de introdução de um numero maior de problemas. É bom lembrar que os modelos lógico-matemáticos das ciências exatas são incapazes de tratar corretamente os fatos humanos. Neste sentido Horkheimer é muito claro quando diz que “ a denuncia de tudo quanto mutila a espécie humana e impede sua felicidade nasce da confiança do homem(...). Se quisermos verdadeiramente emancipar o homem do medo e da dor, então a denuncia do que hoje se chama razão e ciência é o melhor serviço que a razão pode prestar” (In. Marilena Chauí, Cultura e Democracia). A visão profissional , em segundo lugar, encara o mundo como um mercado de trabalho a ser disputado por concorrentes, não em nome do homem, mas de princípios lucrativos e de interesses econômicos. E quando se tem uma ótica de mercado facilmente tudo se reduz mercadoria. O próprio trabalho não é uma ação criadora, mas uma força produtiva negociável. E o negocio engloba tudo dentro da perspectivas de produtividade e lucro. Toda ação pedagógica por sua vez, vê na ciência um conjunto de recursos possíveis de serem utilizados, não importa sua origem e vê na atividade profissional apenas uma possível meta a ser alcançada no processo educacional humano. O que importa é inspirar-se na multiplicidade das manifestações do ser humano, não apenas nos dados científicos a respeito dele. (Ás vezes tais dados são negações do humano). O que importa é proporcionar a todo ser humano as melhores condições de realizações, não apenas dentro de certas atividades determinadas por um sistema de trabalho produtivo estabelecido pelas leis do mercado, mas a partir de seus desejos e aspirações.
Apresentar a Educação Física como uma ação educativa, diante das ideologias da cientificidade positivista e do trabalho produtivo, torna-se uma tarefa quase desesperadora. Para muitos ela não passa de uma posição ingênua, merecedora de um sorriso de compaixão ou de indiferença. É um desafio que acredita nesta afirmação de Satre: “o homem está condenado a cada instante a inventar o homem”. ( O Existencialismo é um Humanismo pg. 254). É por essa invenção de si mesmo que o homem se torna o verdadeiro sujeito da história, e não quando se limita a executar vontades divinas ou a ser levado pelas correntes irreversíveis das dialéticas de materialismo absolutistas.
Falar de Educação Física como uma atividade educativa implica defender a idéia da totalidade do ser humano. Não apenas como uma totalidade individual, mas como totalidade social. Não se trata de somar partes, até hoje antropologicamente separadas, nem perseguir modelos a priori definidos, mas embrenhar-se no desconhecido para viver, e, vivendo, fazer emergir a imagem de cada ser humano.
A Educação Física torna-se o lugar próprio da aprendizagem constante de viver, ou seja, uma sabedoria de viver. Cada um de nós precisa aprender a viver através da leitura do livro da vida, que se inicia pela descoberta da linguagem da corporeidade. È uma linguagem que, usando uma expressão de Merleau-Ponty, faz parte da linguagem indireta e das vozes do silencio. É preciso interpretá-la. As necessidades, os desejos, as emoções e os sentimentos constituem a base de ser código lingüístico. Mas como determinar o valor de um sentimento? Como responder a uma necessidade? A fome nem sempre quer uma resposta alimentar. Ela pode ser uma voz da ansiedade. O dialogo que cada um instaurar nada mais é que sua própria existência.
É dentro deste contexto que se pode perceber a delicada tarefa educativa da Educação Física. Mais que de cientista, TÉCNICOS ou profissionais, ela reclama por educadores que falem a linguagem da corporeidade humana. Estes não falam em nome da ciências, mas do ser humano. O educador não ocupa o lugar do outro, nem treina, nem doutrina. Ele deixa o outro viver, e deixa surgir os espaços da liberdade criativa.
Há, porém, um perigo na medida que surgem aqueles que por uma compreensão equivocada do educar ou por vício do hábito, pretendem impor o pensamento verdadeiro e único, da mesma maneira como outrora transmitiam gestos precisos para o arremesso, corrida ou saltos. Deste modo, o treinador transformou-se em doutrinador de ideologias dogmáticas. A ação educativa reconhece em cada pessoa um construtor de idéias. O ser humano cria utopias, sonha, inventa e constrói mundos. O ser humano pensante não se limita aos quadros mentais fechados de uma ideologia, ele se abre em questionamentos, também não reduz seus movimentos aos passos monótonos da marcha unida, aos gestos padronizados das academias. O ser humano pensante faz do pensar e do movimento a fonte de expressão, da invenção e da criação, o que fará de sua existência, não um autômato ou um robô, mas uma obra de arte. E toda obra de arte é criada para ser contemplada, sentida e vivida.


_______________________________________________
Silvino Santin é professor da Universidade Federal de Santa Maria.

sábado, janeiro 27, 2007

OS NOVOS NEURÔNIOS, A CANABIS, O VIAGRA E O BUDISMO

Os novos neurônios, a canabis, o Viagra e o budismo
Um dos temas mais atraentes da neurociência atual é a descoberta de que o sistema nervoso tem capacidade de produzir novos neurônios, mesmo no cérebro adulto. Esse fenômeno é conhecido como neurogênese e faz parte da minha linha de pesquisa há alguns anos. Mas nem sempre foi assim. “O tecido nervoso não se regenera” ou “você nasce e morre com o mesmo número de neurônios” são afirmações ainda encontradas em livros de ensino de ciências e foi, por décadas, um dogma da biologia.
Evidências de que neurônios são gerados no cérebro adulto levaram à identificação das chamadas células-tronco neurais. Essas células contribuem para a formação de novos neurônios em pelo menos duas regiões do cérebro: na zona subventricular e no hipocampo. Neurônios nascidos na zona subventricular migram para o bulbo olfatório e contribuem para o reconhecimento de novos aromas, pelo menos para os camundongos. Já os novos neurônios gerados no hipocampo sofrem de crise de identidade: ninguém ainda sabe exatamente o que eles fazem lá.
Curioso também é o fato de que roedores expostos a novos ambientes apresentam um aumento no número de novos neurônios no hipocampo, como se o ambiente estimulasse as células-tronco dormentes no cérebro. Um belo exemplo é o exercício físico. Ao colocarmos animais sedentários em gaiolas com rodinhas giratórias, o número de novos neurônios aumenta significativamente. Esse aumento foi também correlacionado com uma melhoria na memória e capacidade de aprendizado. Dessa forma, quando comparamos a habilidade mental de animais idosos que se exercitaram regularmente notamos que ela era equivalente a de jovens sedentários! Vale notar que o efeito só é válido com exercício voluntário. Por sinal, o estresse causado pelo exercício forçado pode até diminuir a neurogênese.
A publicação desses resultados teve um grande impacto na sociedade, afinal uma das conclusões é que você tem a capacidade de alterar as redes nervosas do seu próprio cérebro, simplesmente expondo-se a novos ambientes -- só depende de você! Uma das pessoas interessadas no andamento dessas pesquisas é o líder espiritual Tenzin Gyatso (o Dalai-Lama). Nosso grupo foi convidado a apresentar esses resultados a ele. O Dalai-Lama teve a preocupação de incorporar essas novas informações científicas nas explicações budistas sobre o potencial da meditação.
Tudo isso e o fato de que células-tronco neurais foram também identificadas em humanos trouxe grande entusiasmo e expectativa para o tratamento de doenças do sistema nervoso. Afinal, o aumento do número de neurônios no hipocampo parece estar relacionado a um efeito positivo ao indivíduo. Isso foi observado em pacientes com depressão (o mal do futuro?) ou ansiedade, por exemplo. Hoje sabemos que diversos medicamentos para essas doenças aumentam a neurogênese através de diferentes vias de ação. É o caso de antidepressivos, estabilizadores de humor, a canabis, esteróides e até o Viagra.
Esses experimentos foram feitos em condições experimentais com animais de laboratório e ninguém está estimulando o uso dessas drogas, mas sim tentando entender a amplitude do seu espectro de ação. Afinal, como é possível que a neurogênese melhore a depressão? Ainda não sabemos exatamente qual é o mecanismo por trás dessa melhora, mas acredita-se que a neurogênese altere as conexões do hipocampo com regiões cerebrais envolvidas com emoções, como a amígdala. E se você retirou a “amígdala” em algum momento, você não irá ter depressão –- estou falando de outra “amígdala”, aquela região do cérebro que faz parte do sistema límbico!
Infelizmente, dependendo da doença, o aumento da neurogênese nem sempre vem junto com uma melhora clínica. É o caso da epilepsia: ataques epiléticos freqüentemente aumentam o número de novos neurônios. No entanto, eles não conseguem se desenvolver como esperado. Como conseqüência, temos uma série de novos neurônios capengas que prejudicam, em vez de melhorar as redes neurais. Nesse caso, parece que a redução da neurogênese deve ser beneficial para os portadores de epilepsia.
A busca pelas bases moleculares desse curioso fenômeno do cérebro é uma área em plena ascensão. Desvendar os segredos da neurogênese abrirá novas alternativas para o tratamento de doenças neurológicas e para a compreensão de como funciona nosso cérebro em resposta ao ambiente em que vivemos. E modificando nossas próprias redes neurais mudamos quem somos e, aí sim, poderemos mudar o mundo!
(Alysson Muotri 21)

PERFIL de Alysson Muotri
Alysson Muotri é pesquisador do Instituto Salk, em La Jolla (Califórnia, EUA).
Formou-se em ciências biológicas pela Unicamp em 1995 e é doutor em genética pela USP.
Seu trabalho aborda temas da fronteira da genética e biologia atuais, como o desenvolvimento dos neurônios e as células-tronco.
FONTE: G1 O PORTAL DA NOTÍCIA DA GLOBO

quinta-feira, janeiro 25, 2007

SEM EDUCAÇÃO

SEM EDUCAÇÃO
Transcrito do Jornal Página Certa
Compreendi depois de algumas décadas de vida, que o maior flagelo da humanidade não são as grandes catástrofes naturais, as guerras duradouras, nem as ações do crime organizado; nem mesmo a corrupção generalizada.
O que nos oprime de fato e em doses diárias e sistemáticas é a constatação de que vivemos num país em que a educação não representa prioridade para as autoridades, e o mais grave é que nós nos acostumamos e aceitamos essa realidade com uma naturalidade espantosa.
Muitas vezes não nos damos conta de que grande parte dos problemas que afligem a sociedade, provém da falta de educação, não apenas a educação formal, mas aquela que privilegia valores éticos e morais básicos, os quais, se observados, possibilitariam uma convivência social mais saudável e equilibrada.
A falta de uma educação de qualidade ou a sua negação, enquanto único valor capaz de transformar o homem, compromete todos os outros aspectos de nossa vida, castrando-nos de forma cruel, da ampliação de nossos horizontes, tornando-nos pequenos e pobres, incapazes de percebermos a escravidão a que somos submetidos por outros valores disseminados por um mundo que desumaniza e submete à exclusão a imensa maioria que não consegue ter acesso à parafernália de bens tidos como essenciais pela cultura consumista.
Como falar em democracia num país em que a grande maioria não foi preparada para entender o valor do voto livre, longe dos interesses pessoais e mais preocupado com a realização do bem comum. Sem educação, realmente, não conseguiremos avaliar os efeitos nocivos da corrupção nossa de cada dia. A sua ausência priva-nos de uma convivência pacífica com o meio-ambiente, destruindo o que seria a grande herança coletiva de todos: um ambiente saudável para as gerações futuras, onde todos pudessem desfrutar dos seus recursos naturais, entendendo que o cuidar é o único caminho compatível com a prática do amor.
A educação como não prioridade, destrói o fundamento de uma vivência fraterna, o respeito mútuo, a prática da valorização daquilo que há de mais sagrado, a nossa humanidade. Não podemos ser gente se não permitirmos que o outro também seja, e somente uma educação voltada para a formação integral do ser humano, poderá contribuir de forma decisiva para a disseminação em nosso meio de atitudes que construam verdadeiras relações, em que o bem estar coletivo estará sempre acima de nossas ambições pessoais.
* Maria Elinete Gomes de Sousa
Professora
elinete.sousa@uol.com.br

terça-feira, janeiro 23, 2007

ENTRE PAI E FILHO

ENTRE PAI E FILHO

CLAUDER ARCANJO
Extraído do Jornal Gazeta do Oeste coluna Questão de Prosa

Conversa entre pai e filho, em um lar qualquer de nossas cidades.
- Oi, pai! Tudo bem com o senhor?
- Só um pouco cansado, filho. Hoje foi um dia daqueles no escritório. Ligue a tevê para vermos o noticiário.
- Certo pai.
“ Boa noite, caros telespectadores.
Mais uma denuncia de corrupção, envolvendo desta vez, outros membros da máquina pública...
Mais detalhes do escândalo do ministério...
Novos depoimentos sobre o mensalão dos deputados...
Continuam as prisões de empresários que desviaram dinheiro do fisco...”
- Filho desligue isso!
- Sem problemas pai. Mas preciso conversar com o senhor.
- Vamos para o meu quarto. Enquanto tiro esta roupa e tomo um banho, a gente conversa.
- Pai, o que você esta achando disso tudo? É corrupção para todos os lados. Todo dia pipoca um caso novo.
- É verdade Filho. A situação é preocupante.
- Esse país não tem jeito, pai?
- Não é bom ir por aí, filho. Existe muita gente séria, pessoas que trabalham e labutam dignamente, Não podemos generalizar.
- Hoje, na escola, um dos meus amigos me disse que não vale a pena estudar, pois, no final, o que vale na vida é o Q. I., ou seja, o quem indica.
- Hum!... Hum!...
- Fiquei meio calado, não queria discutir. Tinha estudado muito na noite anterior, e teríamos uma prova super-difícil após o intervalo. Mas aquilo mexeu comigo. Entramos na sala de aula, passamos a responder a avaliação e vi, pelo canto do olho, um dos alunos colando descaradamente. O professor, percebi que ele viu, ficou fingindo naturalidade. Isto é certo, pai? Depois, o que colou ainda gozou com a minha cara, me chamando de babaca.
- Hum!... Hum!...
- A vida é assim mesmo, pai, dos espertos?... Você me diz uma coisa e o mundo só me mostra outra.
- Mas, meu filho. Não se constrói um futuro baseado na trapaça, no jeitinho, na cola. Continue firme, não se deixe levar pelo canto fácil. Lembre-se, isso é vitória de Pirro.
- E a atitude do professor, do mestre, como você sempre insiste que eu o chame? Não é ele o responsável por nossa educação? Se omitindo, ele não deseduca? A escola, o nosso segundo lar, segundo suas palavras, não está errado também, pai?
- Hum!... Hum!...
- Pior é que as garotas estão me chamando de besta, quando passo a defender os pontos de vista que você sempre procurou me repassar. A decência, a seriedade no trato da coisa pública, o respeito com os outros, principalmente com os mais simples e desvalidos, a educação como verdadeira mola para a construção de um novo futuro...
-Hum!...Hum!...
- E quando se lê um jornal, uma revista, assiste a um noticiário, uma montanha de escândalos com os nossos políticos. Pessoas, segundo você próprio me ensinou, responsáveis por buscar o bem-comum. Mas que só andam se locupletando, roubando, extorquindo. Semana passada, a policia matou cidadãos numa emboscada. Já não se sabe que é mais marginal, pai!

- Filho escute! A solução não esta em desistir. Nada de se deixar levar por essa onda de pessimismo, isso não ajuda. Precisamos, como nunca, de todos. A sociedade é a união, formada por cada um de nós. Mudando, mudaremos o todo. Se nos entregarmos, a coisa piora. O homem é um ser histórico, podemos alterar o que esta aí, construindo um amanhã melhor. Pense nisso! Por seus filhos, por meus netos.
- Pai!... Quando fui dizer que você me ensinou tudo isso, hoje na escola, um dos alunos chamou o senhor, desculpe a expressão, de babaca, de trouxa. Pela primeira vez, briguei no colégio, pai.
-...

Extraído do Jornal Gazeta do Oeste coluna Questão de Prosa

domingo, janeiro 21, 2007

ZEUS VOLTA A SER ADORADO NA GRÉCIA 1.600 ANOS DEPOIS

Zeus volta a ser adorado na Grécia 1.600 anos depois

Dom, 21 Jan, 2007 12h37

Levou mais de 1.600 anos, mas o antigo deus grego Zeus voltou a ser adorado, no melhor estilo pagão, por um pequeno grupo de fiéis, neste domingo, num antigo tempo do coração de Atenas, na Grécia. Esta é a primeira cerimônia do tipo registrada no templo de 1.800 anos de Zeus Olímpico desde que a religião pagã foi proibida pelo Império Romano, no final do século IV.

Cerca de 200 pessoas participaram da cerimônia, organizada pela Ellinais, um grupo ateniense que luta para trazer de volta a velha religião. O grupo desafiou uma norma do Ministério da Cultura, que proibiu o acesso à área, no centro de Atenas.
Os adoradores, vestindo fantasias que evocam trajes do passado, recitaram hinos pedindo que Zeus, "rei dos deuses e movedor das coisas", trouxesse paz ao mundo.
"Nossa mensagem é de paz mundial e um modo de vida ecológico, no qual todos têm direito à educação", disse Kostas Stathopoulos, um dos três sacerdotes que supervisionaram o evento, uma celebração do casamento entre Zeus e Hera, a deusa do matrimônio.
A Ellinais, que tem 34 membros registrados, já venceu uma batalha judicial para que a antiga religião grega fosse reconhecida pelo governo. Agora, o grupo quer que a sede seja declarada como local de culto - decisão que poderia permitir aos sacerdotes dos deuses antigos realizar casamentos e outros serviços.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

ZOROASTRISMO - UMA RELIGIÃO DE ESTADO



ZOROASTRISMO - UMA RELIGIÃO DE ESTADO

MITOS DA PERSIA

MITOLOGIA E FOLCLORE



O zoroastrismo serviu de motor para a conquista do império pela dinastia sassânida. Com eles no trono, o Avesta tomou a sua forma definitiva, com salmos, mandamentos, relatos sagrados, orações e liturgia.

O Avesta fala-nos da complicada composição militar e política das hostes do bem e mal; no exército de Ahurada,e com ele no Conselho, estavam os seus seis ministros, os arcanjos Amchaspends: Ardibibich, encarregado do fogo; Bahman, encarregado dos animais; Chariver, a cargo dos metais; Jordad, das águas; Murded, ministro do reino vegetal, e Sipendarmich, senhor da terra. Por baixo dos ministros estava a legião dos anjos Yazata e a outra das mulheres- anjos. O exército do mal, sob o comando do demônio Ahriman, tinha a sua corte dos diabos, ou Divs: Aechma, encarregado da ira; Akono, a cargo das tentações; Indra, que se encarregava das almas condenadas ao inferno; Naosijaita,que insuflava a soberba nos humanos; Sorú,o encarregado de aconselhar o mal aos dirigentes e de induzir o crime nos súditos. Em baixo deles estavam os demônios menores,masculinos e femininos,que se encarregavam de todas as ações perversas que os seus chefes Divs lhes encomendassem.

O ser humano herdou o castigo merecido pelo preço dos primeiros pais, Yima e Yimé, que se levantaram contra o seu deus, julgando-se iguais, embora este lhes tivesse dado a vida e o conhecimento, construído o Paraíso e salvo do Dilúvio.

O ser humano, pois, agora tinha que fazer com que a sua vida decorresse pelo reto caminho, ouvindo os conselhos dos arcanjos e anjos e rejeitando as tentações e as provocações de demônios e diabos.No final da sua vida, a alma tinha que passar a ponte de Chinvat, onde sofria a pesagem definitiva, para ver se prevaleciam as boas ações ou se, pelo contrário, o condenavam as suas culpas, como no julgamento do mito egípcio, mas com a diferença de que, à passagem das almas, a ponte se alargava e tornava reta para os bons e estreita e tortuosa para os pecadores, que terminavam por cair dela e submergir-se nas profundidades do inferno eterno.


***PERCEBA A SEMELHANÇA COM AS NARRAÇÕES BÍBLICAS E ESTE MITOS SÃO ANTES DA SUA CRIAÇÃO.

FRASES - I

FRASES - I


"É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas" (Tolstoi)

"Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas, dando-lhes sempre algum significado"

"O maravilhoso da fantasia é nossa capacidade de torná-la realidade"

"Quem não pode o que quer, queira o que pode" (Leonardo da Vinci)

"As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes"

"Se nós não tivéssemos defeitos, não teríamos tanto prazer em notá-los nos outros" (La Rochefoucauld)

"Se deres as costas à luz, nada mais verás além do que tua própria sombra..."

"O vôo até a Lua não é tão longo. As distâncias maiores que devemos percorrer estão dentro de nós mesmos"

"Mire as suas metas na lua. Porque, se você errar, ainda vai estar entre as estrelas.

"-Quando o hoje, for para você, apenas uma lembrança, tenha certeza que o meu coração, será seu, eternamente."

"Quando se ama de verdade, nem sempre a reciprocidade é tudo, o importante é que o ser amado, esteja infinitamente Feliz."
"Não preciso me drogar para ser um gênio; Não preciso ser um gênio para ser humano; Mas preciso do seu sorriso para ser feliz." Charles Chaplin

"As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."

"Se cada vez que eu pensasse em você, caísse um pedacinho de mim: - epa!... cadê eu?"

"Covarde não é aquele que chora por amor, e sim aquele que não ama por medo de chorar."

"As mais lindas coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas mas sim sentidas pelo coração"

"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente." Maurício Ceolin "

Eu me sentia derrotado por não ter sapatos, até que certo dia encontrei um homem que não tinha pés " Harols Abbott

"Se os homens fossem bondosos, verdadeiros, afáveis, íntegros e sagazes...Então teríamos o paraíso na humanidade..." Confúcio

"Nos olhos do jovem arde a chama. Nos do velho brilha a luz." (Victor Hugo)
"A mentira que beneficia vale mais do que a verdade que molesta."

"Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia." (Paulo Coelho)

"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." (Fernando Pessoa)

"Não mostre ao seu Deus o tamanho do seu problema, mostre ao seu problema o tamanho do seu Deus."

" As quatro coisas que não voltam para trás: A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida, e o tempo passado ".

"As melhores coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração"

"Se a criança não receber a devida atenção, em geral, quando adulta, tem dificuldade de amar seus semelhantes." (Dalai-Lama)

"Quando morremos, nada pode ser levado conosco, com a exceção das sementes lançadas por nosso trabalho e do nosso conhecimento". (Dalai-Lama)

"A essência de toda a vida espiritual é a emoção que existe dentro de você, é a sua atitude para com os outros". (Dalai-Lama)

"Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente se sente satisfeito e confiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros". (Dalai-Lama)

"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior." (Dalai-Lama)

"Fale a verdade, seja ela qual for, clara e objetivamente, usando um toque de voz tranqüilo e agradável, liberto de qualquer preconceito ou hostilidade". (Dalai-Lama)

"Mantenham a mente aberta, assim como a capacidade de se preocupar com a humanidade e a consciência de fazer parte dela" (Dalai-Lama)

"Se seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar certo; agora construa os alicerces"

"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita." (Mahatma Gandhi)

quinta-feira, janeiro 18, 2007

A ORIGEM DAS 32 PEÇAS

CONHEÇA A HISTÓRIA DO XADREZ
UMA PARTIDA DE XADREZ QUE NUNCA ACABOU

A origem das 32 peças
José Augusto de Melo Neto
jose_augusto@ig.com.br


Resumo: Este artigo procura demonstrar que a origem do jogo de xadrez já foi atribuída aos persas no fim do século 19 e que durante o século 20, após Raverty e Murray, a versão do chaturanga indiano prevaleceu na literatura enxadrística. No entanto, trabalhos científicos publicados nos últimos anos questionam estas conclusões, levando em consideração descobertas arqueológicas e referências nas literaturas antigas persas e chinesas.
Até o fim do século 19, acreditava-se que o jogo de xadrez havia surgido na região da antiga Pérsia. Entretanto, no início do século 20, duas publicações contribuíram para mudar esta
concepção.
Em 1902, o oficial inglês H. Raverty escreveu um artigo no Jornal da Sociedade Real Asiática de Bengala, intitulado a "História do Xadrez e do Gamão". De acordo com lingüista Sam Sloam (1985)1, pela primeira vez contou-se a seguinte história: um sábio chamado Sissa, de uma região do noroeste da Índia, inventou um jogo que representava uma guerra e pediu como recompensa ao rei um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, sempre dobrando a quantidade da casa anterior. Essa famosa história foi inúmeras vezes recontada e acabou tornando-se a lenda mais conhecida sobre a origem do xadrez.
Em 1913, Harold James Ruthven Murray publicou o livro .Uma História do Xadrez.. Nesta obra, o autor declara de forma convincente em mais de 900 páginas que o xadrez foi inventado na Índia, em 570 d.c.. Este xadrez indiano chamava-se chaturanga e seria anterior ao xadrez persa
( chatrang), ao xadrez árabe ( shatranj), ao xadrez chinês ( xiangqi), ao xadrez japonês ( shogi ) e a todos os xadrezes. A pesquisa do autor tornou-se uma referência na literatura enxadrística e foi reproduzida exaustivamente2. representação hindu Todos nós acreditamos na versão de Murray. Afinal, o chaturanga era a origem mais provável. Porém, esta teoria foi ficando cada vez mais difícil de sustentar com novas descobertas arqueológicas e com uma análise mais minuciosa das fontes do autor.

Na busca de referências para trabalhos científicos, o xadrez indiano a quatro mãos passou a ser citado como uma variante mal-sucedida de um outro jogo ainda mais antigo.
De acordo com Yuri Averbakh (1999)4, a origem do xadrez não pode ser analisada sem o conhecimento adequado da origem de outros jogos de tabuleiros. Por exemplo: egípcios e gregos
tiveram os seus jogos de tabuleiros que simulavam corridas. Asthapada era o nome de um antigo jogo de corrida indiano que, assim como o chaturanga, era jogado por quatro pessoas, com dados, em um tabuleiro de 64 casas. A idéia de um xadrez inicial somente com carros de combate é realmente incrível.
1Mas, apesar de Jean-Louis Cazaux (2001)5 e Myron Samsin (2002)6 proporem o xadrez
como um jogo híbrido, o registro da existência de vários jogos de tabuleiros (8x8), em regiões e épocas distintas, com peças representando uma hierarquia e com o mesmo objetivo de deixar a peça principal sem movimento é uma evidência que estes jogos tiveram uma origem comum. analogia com as peças do xadrez: chaturanga, chatrang e xiangqi .
O período árabe do xadrez, cujo nome shatranj permanece até os dias atuais, parece ser o único ponto de convergência entre os antigos e atuais pesquisadores. Ele foi realmente o responsável pela propagação rápida do jogo que acompanhou a cultura mulçumana na expansão do islamismo. Até 1475, o xadrez que jogava-se na Europa era resultado direto desta influência. O grande enigma diz respeito ao seu período ainda mais remoto. Se realmente há registros na literatura antiga persa e chinesa anteriores ao século seis da nossa era sobre um jogo detabuleiro
similar ao xadrez, podemos considerar as seguintes hipóteses formuladas por Cazaux (2001)7:

1 . O xadrez nasceu na Pérsia;
2 . O xadrez nasceu na China;
3 . O xadrez persa e chinês têm o mesmo ancestral;
4 . O xadrez persa e o xadrez chinês influenciaram-se mutuamente na sua formação.
Há referências8 que, ao menos 700 anos antes da era cristã, jogava-se na China um jogo
de tabuleiro com pedras que simulava uma guerra. O número de peças podia chegar exatamente a 32 peças. Este jogo tinha o nome de Liubo e é considerado o ancestral do xiangqi , o xadrez chinês.

O jogo do elefante9 já era jogado na China no século II d.c.. Os movimentos das peças que iniciam nas bordas do tabuleiro, equivalentes à torre, cavalo e bispo10 do xadrez moderno, são praticamente os mesmos do xadrez chinês. Há também um rei no centro. O que muda é o número de peões: apenas cinco no xiangqi, contra oito do modelo ocidental. Esta mudança é compensada em número de peças por dois conselheiros e dois canhões, somando em ambos os jogos 32 peças.

Liubo

O xiangqi é também conhecido como o jogo do elefante, enquanto o shogi é conhecido como o jogo do general. A comparação é evidentemente mais adequada com o chatrang, cujos nomes das peças são os mesmos.

O tabuleiro chinês é no formato 9x10. Como as peças não são colocadas nas casas e sim nospontos que separam as casas, a transposição para xadrez moderno equivaleria a um tabuleiro 8x9. Há ainda no xadrez chinês um rio que separa os dois lados como uma fronteira artificial. Se o rio fosse eliminado teríamos o mesmo tabuleiro de 64 casas (8x8). Sloam (1985), em seu artigo .

A origem do xadrez.11, é enfático quando comenta a convenção dos pontos, originária de umoutro jogo de tabuleiro, o go: xiangqi: discos com caracteres chineses
....quando o xadrez foi da China para a Índia, era jogado num tabuleiro de go de 9x9. Quando os indianos (ou persas ou árabes, quais tenham vindo primeiro), que não sabiam nada de go, viram aquilo, eles simples e naturalmente tiraram as peças dos pontos e puseram nas casas. Assim, um
tabuleiro de go de 9x9 tornou-se um tabuleiro de xadrez de 8x8. Contudo, havia ali uma peça a mais, então os indianos simplesmente eliminaram um dos chanceleres. Também acrescentaram três peões, para preencher o espaço vazio em frente. (O xadrez chinês agora só tem cinco peões, mas pode ter tido mais em versões mais antigas do jogo). Dessa forma, é possível que eles tenham convertido o xadrez chinês em xadrez indiano de um só golpe....

Embora não existam evidências que comprovem todos os argumentos daqueles que hoje acreditam na segunda hipótese, é um fato os registros de um jogo anterior ao chaturanga e ao chatrang em pelo menos três séculos. O xiangqi teria a possibilidade de ter se propagado em outras regiões sujeitas à influência chinesa com as rotas comerciais da seda. As peças de xadrez mais antigas já descobertas foram encontradas nestes caminhos. Peças encontradas em 1972 no Uzbequistão, datadas do séc. II

Neste xadrez de tantas possibilidades, permitiu-se ainda que em julho de 2002 fosse
encontrada durante as escavações de um palácio bizantino, no sul da Albânia, uma peça de marfim que seria do ano 465 d.c.12 (portanto, anterior ao chaturanga). Seria a mais antiga peça já encontrada na Europa, mas há quem acredite não ser uma peça de xadrez e sim apenas uma
pequena estatueta decorativa. Antes desta descoberta, peças italianas feitas de osso, datadas do
séc. X, em exposição no Museu Arqueológico de Nápoli, pareciam confirmar que o xadrez indiano, persa ou chinês havia demorado mais séculos antes de entrar na Europa medieval.

FRASES - II

FRASES - PARTE II

"Digno de admiração é aquele que tendo tropeçado ao dar o primeiro passo, levanta-se e segue em frente."
( Carlos Fox)

"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho"
( Mário Quintana )

"Assim como a semente traça a forma e o destino da árvore, os teus próprios desejos é que te configuram a vida." (Emmanuel)

"Aqueles que amamos nunca morrem; apenas partem antes de nós." (A. Nervo)

" Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso"
(Provérbio chinês")

"O amor é a melhor música na partitura da vida.
Sem ele você será um eterno desafinado no imenso coral da humanidade." (Roque Schneider )

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente."

"Muitas pessoas perdem as pequenas alegrias enquanto aguardam a grande felicidade.“ (Pearl S. Buck)

"Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram." (Grahan Bell)

"Sempre há um pouco de loucura no amor, porém sempre há um pouco de razão na loucura".
(F. Nietzshe)

"Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra" (Mário Lago)

“Ha pessoas que nos falam e nem as escutamos; há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam. Mas há pessoas que, simplesmente, aparecem em nossa vida e que marcam para sempre...(Cecília Meireles)

"O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo" (Mahatma Gandhi)

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa)

"Corajoso não é aquele que decide suicidar-se para mostar que tem coragem, mas aquele que opta por viver e enfrentar todos os obstáculos da vida!" (Carol)

“Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona...Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação!!!"

Amo a liberdade, por isso...Deixo as coisas que amo livres ...Se elas voltarem é porque as conquistei, ...Se não voltarem é porque nunca as possuí. (John Lennon)

Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira (Che Guevara)

Amor é quando as diferenças não são mais capazes de separar. (J. de Bourbon Busset)

O amor não é apenas um sentimento:é também uma arte. (H. de Balzac)

O que há de admirável no amor é que quando um se dedica ao outro, esquecem-se de si mesmos.(M Corday)

Amor masculino é singular; feminino é plural. (C. Aveline)
O amor é sempre a inquietação de quem ama. (M. Achard)

"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho." (Gandhi)

"Nada que é feito com amor é pequeno ou sem valor." (J. Hamilton M. César)

"O rio somente alcança seus objetivos porque aprendeu a superar os obstáculos; seja como ele."
(Lenira Poli)

"Uma criança é o amor que se tornou visível." (Novalis)

"A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna nossa vida interessante." (Paulo Coelho)

"O futuro pertence aqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos." (Eleanor Roosevelt)

"Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se." (Provérbio Persa)

"Em vão buscaremos ao longe a felicidade. se não a cultivarmos dentro de nós mesmos." (Rousseau)

"Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente." (Shakespeare)

O Sorriso é algo muito precioso para ficar oculto em seu rosto!" (Nívea Motta)

"O verdadeiro amigo é aquele que aparece quando o resto do mundo desaparece".

"Se você viver cem anos eu quero viver cem anos menos um dia, assim nunca terei de viver sem você"- Winnie Pooh.

"O amor e a verdade estão unidos entre si, como as faces de uma moeda. É impossível separá-los. São as forças mais abstratas e mais poderosas desse mundo." (Mahatma Gandhi)

"Que a nossa mensagem seja a nossa própria vida." (Mahatma Gandhi)

"Se cada um dos seus dias for uma centelha de luz, no fim da vida você terá iluminado uma boa parte do mundo." (Merlo)

terça-feira, janeiro 16, 2007

ORAÇÃO DO ALUNO ESPECIAL


ORAÇÃO DO ALUNO ESPECIAL

Publicado no jornal Gazeta do Oeste Suplemento Escola em 18/10/2006



Martha Cristina E. Maia
Professora

Senhor, tua criação é perfeita. Todos os dias podemos contemplar o milagre da vida se renovando. Tudo acontece de novo e tudo é absolutamente novo.
Cada ser que habita o universo surge com suas características próprias.
Não há no mundo duas criaturas idênticas, e quanto mais se desenvolve e convive com outras pessoas, vão ganhando um novo jeito de ser e de existir.
Tua criação é perfeita, e nessa perfeição, convivemos com aqueles que têm diferenças. São pessoas que ouvem menos ou nada ouvem, que enxergam pouco ou não enxergam, que não falam ou falam de tantas outras maneiras, que nascem ou desenvolvem um tipo de limitação que atinge alguns de seus órgãos, isso não o que fazem menores ou menos belos, são apenas diferentes.E diferentes são todos aqueles que se aventuram nessa jornada da existência humana, alguns escolhem ser chamados de pessoas com necessidades especiais, e eles têm, sim, necessidades especiais, e que todos nós temos que precisam ser supridas de alguma maneira e somos carentes. Todos nós carecemos de atenção, ternura e afeto, carecemos que outros humanos enxerguem em nós possibilidades, muitas vezes pessoas que nos confundem com patinhos feios, mas convido a mirar nossa imagem no lago onde somos cisnes.Não somos feios ou esquisitos, somos diferentes grupos que não podiam perceber nossa diferença e nossa beleza. Somos belos todos nós... Cada um a seu modo, porém belos... Não carecem de pena aqueles que são limitados por algum motivo, não carecem de sentimentos mesquinhos, mas carecem de dignidade, aceitação e respeito, de espaço para que se sintam utéis e possam estudar e trabalhar e viver a sua intensidade da vida.

Crianças com síndrome de down, como são carinhosas e autênticas. Quem as conhece, as ama e conta belíssimas estórias de amor e gostam tanto de abraçar, e cantam, dançam e riem, parecem não se deixar contaminar com disputas mesquinhas que separam as pessoas e ferem sentimentos. Quando, entretanto, essas crianças são rejeitadas, e não quiseram os pais entenderem que elas eram especiais por poderem conviver com essas jóias, porém o triste abandono. Os alunos que freqüentam as escolas, as crianças que se alvoroçam diante do novo, elas não são preconceituosas, com certeza saberão conviver com o diferente de forma solidária. Como é bonito perceber o intuito de presença e solidariedade dos colegas que se dispõem a empurrar a cadeira de rodas, ajudar aqueles que mesmo cheio de luz não conseguem enxergar o seu material. É assim que o tempo se torna seu grande aliado da aprendizagem para todos. Porém para todos aqueles que são capazes de aprender...Tua criação é perfeita senhor... E nessa perfeição percebemos as diferenças convivendo com as barreiras, as que existem são simples de serem transpostas, as mais difíceis são aquelas que teimam em habitar as almas dos que se sentem superior. Triste sentimento, mas a ausência dele... Triste discurso dos pais e mães que, ignorantes de amor, ensinam os filhos a tomarem cuidado com tudo o que for diferente... Diferente por ter outra cor ou cabelo, que vive em outro Estado ou país ou por comungar de outra religião, ou menos dinheiro no banco.

Esses pais são verdadeiramente cegos e surdos de espírito, tem todos os sentidos e por sua vez não tem o menor sentido. Tua criação é perfeita, senhor... É nessa harmonia que faço essa oração e que ninguém se sinta excluído, diminuído ou marginalizado... Que ninguém se sinta sozinho por falta de amor. Que ninguém se dê ao direito de magoar e que ninguém seja magoado. Tua criação é perfeita, senhor... E nessa criação eu agradeço o dom da sensibilidade de perceber que é muito bom viver no mundo dos indiferentes.Isso nos faz mais humanos e sensíveis e felizes. Isso nos faz sentirmos sensível a tua presença em nós, e a cada instante em nossas vidas. Amém.Depois dessa linda oração quero dizer ao querido leitor que, como professora, trabalhei o projeto inclusão no Colégio Evangélico com a turma de 2º ano e quero compartilhar um pouco duas cartinhas dos pequenos que fizeram aos especiais..."Olá, amigos. Como vocês estão levando a vida? Não fiquem tristes porque perderam as pernas, perderam as pernas e não a vida. Vocês têm uma linda vida pela frente, o seu sonho não morreu. Hoje em dia existem carros adaptados pra vocês, graças a Deus, e a tecnologia, e ainda vamos apostar uma corrida juntos heim... Abraços. Layrone".



OUTRA CARTINHA


E a outra cartinha foi escrita por Nayany Paula, que diz que tem um primo que tem síndrome de down. "Ele chama-se Caliby e tem 10 anos. Ele não sabe brincar e nem escuta, mas eu tenho muita vontade de brincar com ele, mas ele não entende de brincar... Ele é muito sensível e tem muita facilidade de ficar doente, é nessas horas que tenho muito dó dele. Olha, minha tia cuida muito bem dele e nós temos muito carinho por ele. Ele é muito especial na nossa vida. Vou finalizar com muito amor e feliz por ele fazer parte de nós. Beijos e abraços para todas as crianças que são diferentes." Os alunos fizeram entrevistas com os especiais e contei o testemunho da aluna Benomia Maria Rebouças, do curso de pedagogia,,que nasceu com uma doença congênita chamada osteogênes imperfeita, e conhecida popularmente como ossos de vidro.Ela teve uma infância muito sofrida devido as várias fraturas, mas nada que pudesse diminuir a sua vontade de viver e ser feliz. com 5 anos de idade perdeu o seu pai e foi criada pela mãe e uma irmã. Foi alfabetizada em casa por sua mãe, porém sua maior vontade era estudar em uma escola. "Mostrava pra minha mãe que eu tinha o direito de estudar como qualquer criança, mas a mãe de uma criança com deficiência superprotege o seu filho, ela não aceitava. Porém isso não foi empecilho pra eu desistir... Só que com muito custo ela aceitou e daí começou o preconceito das escolas em me aceitar. Batemos em várias portas e recebemos muitos nãos. 'Não podemos aceitar a sua filha, pois os professores não estão preparados', mas mesmo assim eu não queria desistir. Um dia numa missa conheci Jandira (assistente social da APAE). Estudei um ano lá, mas o ensino da APAE era alfabetização e eu já era alfabetizada, mas valeu, foi uma boa experiência. Quando saí fiquei sem estudar, pois a escola que aceitava crianças com deficiências ficava longe da minha casa. Mas mesmo assim não desistia dos sonhos de terminar os meus estudos e, quem sabe, chegar a uma universidade.

Depois de muitos anos, já na idade adulta, conheci um amigo de minha irmã que tinha deficiÊncia física e participava da ADEFIM, e me convidou a participar de um ato público na praça do mercado. Foi aí que eu conheci alguns dos grandes amigos que hoje tenho. Terminei o primeiro e segundo grau no supletivo e com muito esforço cheguei a universidade passando em primeiro lugar no curso de pedagogia. Hoje estou em uma nova etapa da minha vida, e a meta agora é terminar a universidade e entrar no mercado de trabalho. Hoje a minha vida mudou completamente, apaixonei-me pelo movimento de pessoas com deficiências e sem ele eu não vivo. Lutar pela inclusão não é nada fácil, se não tiver o apoio da sociedade e do poder público. Eu hoje tenho uma convicção de que eu vim ao mundo com essa deficiência por ter uma missão para cumprir, levantando a bandeira da inclusão, do preconceito sobre o negro, o soropositivo, o albino ou sobre qualquer que sofra discriminação. Não quero levantar só a minha bandeira, mas sim todas as bandeiras que eu tiver pra levantar e gritar".

Amigos leitores, façam uma reflexão de tudo o que você acabou de ler. Oh, Deus, tua criação continua perfeita nesse lindo amanhecer... Até aqui o Senhor nos ajudou... Crianças especiais... Feliz Dia da Criança! E aos meus queridos alunos do Evangélico (Mossoró), Jesus te ama e eu também... tia Martha

CARTA DE UM EXCEPCIONAL


Carta de um excepcional

Texto publicado no Suplemento Escola da gazeta do oeste em 04/10/2006



Martha Cristina E. Maia
Professora



No IV seminário temático do Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, fiquei a observar o desespero de algumas mães de filhos com paralisia cerebral em relação à educação.

Cada ser humano tem sua forma própria de aprender, cada um é um, é isto que tem que ser respeitado.

Muitos convites foram enviados, porém "os ignorantes, que acham que sabem tudo, privam-se de um dos maiores prazeres da vida: aprender".

Subscrevo uma carta de um excepcional que nos diz:

"Mamãe... num raro momento de felicidade, recobro a consciência e por alguns instantes libertei-me do meu corpo, livre dos embaraços físicos. Pedi a Deus a oportunidade de me comunicar com você. Sei o quanto sofre ao ver-me no corpo excepcional, onde me abrigo como filho do teu coração, por isso quis falar-lhe. Saiba, mamãe, antes de receber-me carinhosamente em teu ventre, eu era um náufrago nos mares espirituais do sofrimento, foi você a praia que me acolheu, devolvendo-me a segurança.

Não pense que se eu tivesse morrido ao nascer teria sido melhor pra nós dois, é um engano cruel, pois o que é mais importante pra mim é viver, o seu amor e a sua força que pode prolongar-me a vida. O corpo disforme que hoje sustenta-me a vida representa pra mim um tesouro de bênçãos, onde reeduco o meu espírito, aprendendo a valorizar a vida que tanto desprezei.

Sei que sofre por eu não poder dar-lhe as alegrias de uma criança sadia, porém reconforta-me saber que para mães como você, Deus reserva as alegrias celestiais, é missão que Deus só entrega a mulheres especiais como você.

Vou retornar ao corpo, assim como uma ave que retorna ao ninho onde se abriga das tempestades, mas antes rogo a Deus que lhe abençoe, colocando nessa carta a força da gratidão de um filho que teve a felicidade de ter um anjo como mãe (Regina).


Temos também em Mossoró exemplos de superação, como a vida de Louise Melo de Morais Vale, cuja família não tinha o conhecimento real da sua deficiência, que só veio a ser descoberta com 6 anos de idade. Ela tem deficiência visual. A descoberta iniciou-se a partir da escola, quando ela não conseguia tirar a matéria do quadro.

Ocorreram naquele momento as suas frustrações e más lembranças, pois ela necessitava deslocar-se da carteira até bem próximo do quadro para enxergar as letras e mesmo assim nem sempre conseguia, além de ser sempre xingada pelos demais alunos com vários palavrões quando ficava na frente deles.

Mesmo sendo colocada em uma carteira perto do quadro, sentia dificuldades e ficava isolada das outras crianças.

"Eu chorava muito pra não ir mais às aulas. Devido a essas circunstâncias saí da escola e passei o resto do ano sem estudar, e comecei a ter aulas particulares, pois minha mãe não queria me deixar sem orientação escolar. Nessa época, por intermédio de uma vizinha, fui levada a fazer alguns testes com psicóloga e de lá fui encaminhada ao CADV, onde estudei da até a quarta série. Lá sentia-me em casa, fiz boas e duradouras amizades, as quais perduram até a atualidade. Adquiri o gosto pelo estudo e aprendi que não era a única com alguma deficiência. Depois fui encaminhada a uma escola de ensino regular e em 1997 comecei a estudar no Diocesano, sendo muito bem recebida. Durante esse período, mantive um ótimo relacionamento com os professores, com pequenas exceções.

Quando estava na oitava série, o professor de ciências passou a tarefa de transcrever da apostila para uma folha de papel ofício o desenho de uma orelha,e alegando que eu deveria ter tratamento igualitário, exigiu-me a realização da mesma atividade, não aceitando a minha argumentação de impossibilidade. Ele confundiu a noção de tratamento igualitário.

Nessa fase, meu relacionamento com os colegas de classe era problemático: quase não tinha amigos. Nos trabalhos escolares, acabava por ficar nos grupos de alunos mais desinteressados. Fui destacada na quinta série como aluna nota 10 num jornal da escola, contudo meus conflitos interiores almejavam muito mais pelas amizades e aceitação da minha pessoa por parte deles do que mesmo pelas referidas notas. Cheguei até a dizer para duas grandes amigas que trocaria todos os meus 10 pelas amizades que uma das colegas de classe tinha. No ensino médio dei a volta por cima e, para dentro de mim mesma, deu-se com o fato que marcou a grande transformação que iria ocorrer em minha vida. Foi nos meses iniciais do 1º ano. Eu estava com uma colega, mas na imensidão do Diocesano, sentia-me sozinha. Nesse dia, aconteceu algo estranho: comecei a chorar no corredor e uma outra colega veio conversar comigo e eu não sei bem o porquê, mas a partir desse momento começou minha superação. Comecei a me enxergar como pessoa e não querer a minha deficiência. Assim aconteceu a transformação em minha vida. Nesse mesmo ano pude escolher 3 grupos para realizar um trabalho, bom para quem anteriormente não tinha nem escolhas. No decorrer dos últimos anos, os quais antecederam a grande virada, existiram alguns fatos que contribuíram: o nascimento de minha irmã, em 1998, deu-me mais autonomia, a inclusão de novos alunos na minha classe, provenientes de outras turmas do mesmo colégio, os quais já tinham ouvido falar de minha capacidade através dos professores, e meu namoro com um rapaz cego que me mostrou nossa capacidade, mesmo sendo deficientes. E pra ampliar meus horizontes,prestei vestibular pra serviço social em uma sala especial com ledor para prova ampliada e tempo adicional na UERN, em abril de 2004. Fui aprovada e passei em primeiro lugar, e atualmente participo de um grupo de dança Vida em Movimento, com pessoas com baixa visão e deficientes físicos. Encontro-me em uma fase cheia de planos e perspectivas, estando em um estágio curricular no CEFET-UNED-MOSSORÓ/RN. Pretendo trabalhar com a causa da inclusão e cursar uma pós-graduação. Mesmo assim, conflitos internos, vez por outra surgem em minha mente, quando por algum motivo decorrente da deficiência visual me vejo em desvantagem ou impossibilitada de realizar algumas tarefas. No entanto, a equipe do serviço social, minha mãe, amizades, têm me dado apoio pra continuar firme em busca deminhas metas. Encerro aqui a minha história de educação escolar até o presente momento, e não o de minha vida de aprendizagem".


Minha querida Louise, seu testemunho é lindo, e cumpri o que disse de publicar aos nossos queridos leitores seu exemplo de vida.

Deixo essa carta para sua meditação de Harry W. Boullon.


Quando o dia amanhecer e lhe trouxer novos temores, luta! Porque na luta cotidiana o seu valor se reafirmará.

Se a vida lhe entristece e a tristeza lhe toma, luta! Com persistência e uma meta, o vazio a deixará.

Se a dor estiver forte e a vida insuportável, luta! Porque por mais intensa a você será dada a paz. E se acontecer de um amor ingrato marcar a sua vida, então, sem pensar, LUTA! Porque o trabalho apagará a dor.

Os pequenos prazeres que em sua vida existem, se queres, saboreia-os plenamente, LUTA! Porque o repouso da jornada será maior quando você merecer.

Se em sua família quer como uma mãe exemplar dar, LUTA! Porque nunca um covarde venceu e seus filhos lhe seguirão.

E na vida, querido leitores, "os que foram maltratados e acreditam que foram maltratados são terríveis, pois estão sempre em busca de sua oportunidade" (Aristóteles). A todos, desejo um dia cheio de superações e de lutas, nunca esqueçam, são os meus votos

domingo, janeiro 14, 2007

"EXERCÍCIO DO SILÊNCIO" segundo livro de Kalliane Sibelli


"EXERCÍCIO DO SILÊNCIO"


Segundo livro de Kalliane Sibelli
Transcrito do JORNAL PÁGINA CERTA em 09/01/2007 10:55


A arte de construção do verso, para alguns, não é nada fácil. Para o poeta Carlos Drummond de Andrade, há um compromisso enorme nesse sentido.

Em seu livro "A Falta que Ama", Drummond expõe que "poesia é um negócio de grande respon-sabilidade, e não considero ho-nesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e concretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação." Os versos da poeta Kalliane Sibelli de Amorim se enquadram nesse esquema explícito pelo autor de "Brejo das Almas".

Lançado no último dia 27/12, em Natal, na Livraria Siciliano, o livro de poemas "Exercício de Silêncio", ainda não tem data definida para ser lançado em Mossoró, mas há uma expectativa diante de mais esse "rebento" de Kalliane Sibelli.

"Exercício de Silêncio", segundo livro da poeta (antes estreara com "Outonos", de 2003), traz uma poética mais madurecida, que "resguarda, em seus trinta e nove poemas, as quietudes generosas da arte poética - essa fina flor que só a poucos é dada conhecer. Kalliane planta e replanta os cantantes movimentos do silêncio, atenta ao andamento da língua que busca a precisa medida da linguagem", ressalta o ensaísta e crítico Leontino Filho, ao prefaciar a obra. Reconhecida pelos seus méritos, Kalliane Sibelli foi Menção Honrosa nas edições II, IV e VI do Prêmio Luís Carlos Guimarães de Poesia, promovido pela Fundação José Augusto, e primeiro lugar na 5ª edição.

Recentemente Kalliane foi homenageada na Livraria Siciliano, no shopping Midway Mall, com um sarau poético, através do "projeto Poéticas e Prosas Potiguares", evento organizado pelo também poeta Eduardo Gosson. A noite foi bastante prestigiada por intelectuais de todo o estado. Na ocasião, a poeta autografou seu novo livro.

Sobre o livro "Outonos", Marcos Ferreira, poeta e contista tece-lhe merecido elogio: "Com versos principalmente livres, embora aqui e acolá se aventure entre um e outro soneto, Kalliane tem passado ao largo de várias armadilhas e enfermidades verbais. Por exemplo, não se encontra nesta sua primeira publicação os engodos e chantagens literárias do poema-processo e da poesia-concreta - esse lixo modernista que a vassourinha dos anos vai carregando para o monturo."Sua palavra, exercício de silêncio, como ela mesma definiu, corta o espaço do tempo, transpassa a luz do candelabro solitário que acompanha o moribundo, até sua última morada. Nascida em Umarizal (RN), lugar situado na zona oeste do estado, atualmente é professora da Escola Estadual Moreira Dias, onde desenvolve suas atividades pedagógicas.

sábado, janeiro 13, 2007

MUTANTES


MUTANTES


Autor: Deepak Chopra*

"Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos! Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.
A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.
Suas células estão constantemente processando as experiências e metabolizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais.
Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento.
Você se transforma na interpretação quando a internaliza.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lágrimas de alegria.
Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos.
A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.
O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.
Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”
Você quer saber como esta seu corpo hoje?Lembre-se do que pensou ontem.
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!”
Ou você abre seu coração,
ou algum cardiologista o fará por você!”

*Autor: DEEPAK CHOPRA
É indiano radicado nos EUA desde a década de 70, médico formado na Índia, com especialização em Endocrinologia nos Estados Unidos.
Filósofo de reputação internacional,
já escreveu mais de 35 livros,
um dos mais respeitados
pensadores da atualidade.

Colaboração:
Professora MARTHA CRISTINA MAIA - Mossoró-RN - 2007

terça-feira, janeiro 09, 2007

ROSTOS BONITOS NÃO ME ENCANTAM MAIS

Por Steffan Edward
Estudante do curso de Zootecnia da UNIVERSIDADE FEDERAL DO SEMI-ÁRIDO - URFESA - Mossoró-RN

Rostos bonitos não me encantam mais. Nem mesmo aquele sorriso perfeito. Não mais busco a simetria, procuro por algo mais além. Talvez um corpo perfeito atrapalhe as pessoas a viverem de forma natural. Percebo que a estética e personalidade estão intimamente relacionados. Não mais desejo em minha cama um belo par de nádegas há remexerem em perfeita harmonia se ao raiar do dia sua capacidade intelectual não nos permita discuti um pouco sobre determinados assuntos. O homem e a mulher é, foi e sempre será muito mais do que tudo isso. Corpos são corpos, são físicos, mutáveis e por vezes bastante moldáveis. Temos que fazer valer cada vez menos o impacto visual. Somos seres lógicos e racionais. Quando queremos podemos ser sempre belos por dentro, e nem sempre por fora. Defendo a beleza interior, ela sim, é eterna e admirável, deixemos que o interior seja o essencial e o exterior apenas o complemento. O interior nos surpreende a cada dia, já o exterior é de grande mesmice, e por tal motivo nos cansa.
Rostos bonitos não me encantam mais... Não mais!!!
Steffan Edward - 2006

PELO CORPO TAMBÉM SE APRENDE A LER

PELO CORPO TAMBÉM SE APRENDE A LER

Transcrito por William Pereira da Silva

Este belíssimo texto foi extraído do JORNAL DO PROFESSOR DE 1º GRAU, 1988, possivelmente editado pelo MEC. Considero uma jóia rara por demonstrar que depois de dezoito anos a escola continua a mesma tartaruga citada ao final do texto.

João Batista Freire

A criança é uma liberdade se construindo, mas o adulto não é uma liberdade acabada. Nem poderia sê-lo. Pelo menos poderia ter mais cara de liberdade. Talvez sua infância tenha sido pouca.
Falo de liberdade e me vêem imagens. Vejo uma rua, garotos correndo, meninas pulando corda, gritos, gargalhadas... Ah, a rua! Só falam de tirar as crianças da rua. Para sempre? Eu sonho com as ruas cheias delas. È perigoso, dizem: violência, drogas... E nós, adultos, quem nos livrará do perigo urbano? De quem serão as ruas? Da policia e dos bandidos? Vejo por outro ângulo: um dia devolver à rua as crianças, ou devolver à criança as ruas; ficariam ambas, muito mais alegres.
Escolas também podem ser tristes, até perigosas. Na escola de dia inteiro, que a violência que assisto me faz engolir, é preciso confiar plenamente no estado. Eu não me arriscaria. A escola de dia inteiro é um paliativo ou é definitiva? Não será suficiente para o Estado, que sofre de insônia, mas sonha com um Admirável Mundo Novo? Alunos ou clones?
Outros tipos de imagens, com um pouco de esforço, agente pode formar. Imagens de crianças correndo, pulando, brigando até, dentro da escola. Mas, onde? Na sala não, que é lugar de silencio. No pátio? No pátio sim, na hora do recreio, na hora de recriar tudo de novo o que o Criador já criou. As crianças brincam de criar de novo, do jeito de fantasia. E na aula de Educação Física? Afinal, é o espaço da liberdade do corpo, do gesto, do som. Mas na aula de Educação Física também não pode, porque aula é aula e não lugar de se mexer, de fazer bagunça.
Mas falamos um pouco de pedagogia: Pelo ouvido também se aprende, desde que existam sons. Quem aprende tem de ser provocado. Nada provoca mais a criança que o movimento, a luz, o som, as cores. Pelo salto, como pelo abraço ou a brincadeira, também se aprende. Concordo que o estudo, tanto quanto o trabalho, é coisa séria. Coisa séria, não sisuda.
Abaixo a metodologia do traseiro. Há séculos que a escola, essa velha senhora, insiste na tese de que a criança tem de ficar sentada o tempo todo para aprender. Alias para aprender o que? Essas coisas bonitas que a gente vai criando no pensamento é porque fica o tempo todo sentado, fazendo lição? E aquela vida lá fora, do barulho, da confusão, é outra vida, que não faria parte dessa mágica de aprender?
Um dia decretaram que meu filho, aliás, todos os nossos filhos, já não aprenderiam com o corpo inteiro. Aos sete anos de idade eles iriam para a terra da imobilidade, para se preparar para a vida. Seriam três a quatro horas por dia presos a pequenas carteiras, durante anos sem fim. Mas, o que é que eles fariam com tudo aquilo que aprendiam por aí, com os amigos, o pai, a mãe, os brinquedos, até com a televisão? O que fazer com os gritos, o choro, o sofrimento físico e o riso? È preciso fazer uma desinfecção de vida para aprender português e matemática?
Pelo corpo também se aprende a ler. Porque é tudo mentira que a gente só aprende se ficar quietinha, sentada na carteira sem falar, sem ver, sem ouvir. Criança é movimento, é ação corporal, muito mais que reflexão. Não há pensamento que se forme que não passe pelo gesto. A vara de condão dessa mágica chamada conhecimento é o corpo. È pela ação corporal que a criança conhece o mundo. È a ação corporal que ela transforma em símbolo, em linguagens, em raciocínios. É preciso se mexer, para viver, para aprender, para criar. Os adultos se escandalizam com crianças trancadas em apartamentos, mas não se escandalizam com crianças trancadas em escolas. Está certo que a prisão da carteira é muitas vezes atenuada por umas figuras maravilhosas que a gente chamava de professora e agora chama de tia. Mas, essas professoras seriam tão mais professoras, e as tias tão mais tias se não participassem do complô contra o direito humano da criança de viver seu corpo! Bem na hora em que ela começa a deixar de ser o centro, quando começa a ser sociedade, a sociedade começa a confiná-la em espaços individuais_ o adulto que não suporta se mexer, “educando” a criança que não suporta ficar parada. Não haveria uma outra relação possível? Não haveria uma outra forma de educar? Há pessoas que defendem uma educação, inclusive uma Educação Física, feia, chata e triste. Não me incluo entre elas. Nunca esqueci da minha primeira professora, mas também não esqueci da alegria que sentia quando batia o sinal da saída. Será que a escola não tem inveja da hora do recreio? Será que não sente inveja da alegria louca da criança quando bate o sinal? Sinto dizer, e é mais para quem gosta de cinema, mas as vezes, acho a escola muito parecida com a Velha Morla, a tartaruga do filme A História Sem Fim.


João Batista Freire é Doutorando em Psicologia Escolar na USP e Professor da Faculdade de Educação Física da UNICAMP

Falsidade, um mal necessário!

Falsidade, um mal necessário!
Por Steffan Edward
Estudante do Curso de Zootecnia da UNIVERSIDADE FEDERAL DO SEMI-ÁRIDO - URFESA - Mossoró-Rn.

Falsidade, Precisamos todo tempo, em todo lugar, nas mais variadas circunstancias e situações. A falsidade ao contrário do que pensamos, aproximam pessoas, ao passo que a sinceridade/honestidade incomoda e provoca a ira.

Temos que usar das artimanhas da falsidade a todo instante. Num sorriso maroto na intenção de agradar aquele “imbecilzinho” que acabou de contar aquela piada sem graça, num abraço caloroso naquele seu professor carrasco, num aperto de mão ao parabenizar o aniversariante dono da festa, ao elogiar o idiota que crer ser “o melhor”, ao estimular e empolgar o sujeito que se ver acima de tudo e todos de forma a fazê-lo sempre subir, deixando-o sempre acima, pois quanto mais alto ele estiver, maior será a queda e a satisfação de vê-lo despencar e suplicar pela sua ajuda.

Sei que não relato nenhuma novidade, já que de falsidade todos nós entendemos, mas é aí que entra o “x” da questão. Não nos deixemos parecer falsos, apenas sejamos de forma sutil e não descarada, deixemos que nossos inimigos se sintam bem com a nossa presença. Fingir-se de fraco e incapaz é uma excelente idéia. Deixemos que nossos inimigos se sintam superiores, a superioridade os acomodam e os deixam mais vulneráveis, assim sendo, ao compararmos com um jogo de xadrez, é como se destruíssemos toda a fileira de peões e assim poderemos luxar das mais variadas formas de ataque ao rei do adversário, onde um xeque-mate rápido não seria uma boa pedida, e sim a dizimação total e gradual de suas peças, de maneira tal a humilhar e fazer seu oponente sentir-se um lixo.

O bom falso nunca se é percebido muito menos conhecido por alguém como tal, nem mesmo por seus amigos. Pois nada é mais “pé atrás” do que um bom e velho falso. Pois amigo de hoje pode ser inimigo de amanha, e nada pior do que lutar contra um inimigo que conhece suas armas.

São muitas as vantagens que um ‘falsista” leva se comparado com pessoas sinceras, e vendo desse ponto, podemos usar das ardilezas da falsidade para proteger quem amamos. Para o falsista existem aquelas pessoas que temos como amigos e aquelas a que amamos, onde na última citada por motivos de confiança e segurança em quem conhecemos, a falsidade fica de lado, sendo substituída por palavras e gestos sinceros.

Quando somos falsos, decepções com amizades não existem, pois amigos são apenas o primeiro de vários passos para entrar na restrita lista das pessoas que realmente amamos. E para nos decepcionarmos teríamos primeiro que ter expectativas sobre tal amizade, e isso não combina com uma pessoa falsa. Pois quem realmente amamos, amamos pelo simples fato de amar, e quem pode explicar como e porque amamos???

Em todo canto existem grupos de pessoas que por quais queres motivos se detestam ou apenas não se aturam, assim sendo o grupo que tiver o mais vil dos falsos levarão vantagens, já que outra capacidade que estas pessoas têm é de servir de elo entre os dois grupos, sendo uma intercessão presente nos dois meios, trabalhando como um espião que busca passar todas as informações necessárias e todas as armas que o inimigo dispõe.

O falsista,é inteligente e perspicaz, sutil e maleável, argumentador e calado, estrategista e elaborador, e bastante FRIO E CALCULÍSTA. Uma arma silenciosa porém avassaladora, uma armadilha camuflada. Mas melhor comparação que com uma mina terrestre não existe: “Você me pisou, agora permaneça com o seu pé sobre mim! Sem me dar espaço! Pois quando achares que a batalha esta ganha irá retirar seu pé, e será tarde demais!
Falsidade: Cultive! Desenvolva! Sinta! Use!
SEJA!
Steffan Edward, 27/05/2006





DESCONTRAINDO COM PIADAS






O Buraco Errado

O policial estava fazendo sua ronda, quando vê um sujeito tentando abrir a porta de casa, sem sucesso.- O senhor mora aqui? - o policial pergunta.- Claro! - o sujeito responde, totalmente bêbado - Mas não consigo abrir a porta, esta porra de chave está quebrada!- Mas isso não é uma chave! - o policial exclama - Isso aí é um supositório!- Ihhh! - o bêbado se espanta - Onde será que eu enfiei a chave?


Tequila !

Um homem novo na cidade foi até um bar e percebeu que havia um grande vaso atrás do bar. Ele estava cheio de notas de R$10. O homem calculou que deveriam ter centenas de reais lá. Ele se aproximou do barman e perguntou:- Por que este vaso está cheio de dinheiro?Barman: - Bem, você paga R$10 e se você passar por três testes então você terá todo o dinheiro do vaso.Homem: - Quais são os testes?Barman: - Primeiro pague. Estas são as regras.Então o homem deu ao barman os R$10 e o barman colocou no vaso com as demais notas.Barman: - Ok. aqui está o que você deve fazer.Primeiro você tem que beber toda esta garrafa com uma ardida tequila, tudo de uma vez só e sem fazer nenhuma careta.Segundo, há um pit bull lá fora com um dente ruim. Você tem que arrancá-lo com as suas próprias mãos.Terceiro, há uma senhora de 90 anos no segundo andar que nunca teve um orgasmo na sua vida. Você terá que conseguir com que ela finalmente sinta um orgasmo.Homem: - Bem, eu sei que eu paguei os R$10 mas não sou um idiota, eu não posso fazer tudoisto... é impossível!Depois de algum tempo, o homem já tendo tomado algumas biritas, perguntou:-"Caaddêzz aaahh ttequillaah?" O garçom deu a ele a garrafa. O homem a segura com as duas mãos e entornou a garrafa inteira de tequila sem fazer nenhuma careta, apesar de estarem escorrendo lágrimas de seu rosto vermelho da tequila.Depois ele levantou duramente de sua cadeira, olhou para todos com uma cara de valente e saiu do bar em direção ao pit bull.Todos escutaram os latidos do cão, os gritos do homem, uma confusão infernal até que um silêncio imenso pairou no ar.Todos pensaram que o homem havia morrido, entretanto ele entra todo arranhado e mordido e então pergunta:- Agora, onde está a senhora com o dente ruim?


A Marvada Pinga


Eu tinha lá em casa dez garrafas de cachaça, da boa.Mas minha mulher obrigou-me a jogá-las fora.Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.Peguei a terceira garrafa bebi o resto e joguei o copo na pia.Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.Pequei o quinto copo joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto.O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia

Mijando no Copo

Certo dia um bêbado chegou no bar, e depois de tomar umas dez doses chegou para o dono do bar e disse:- Aposta comigo R$50,00 que eu mijo nesse copo, sem deixar cair uma gota no chão?Com a oportunidade de ganhar um dinheiro fácil em cima do bêbado o dono do bar aceitou a aposta.O bêbado, chapadaço, pegou o copo e caindo pra lá e pra cá, mijou no bar inteirinho não acertando uma gota sequer no copo. O dono do bar começou a rir do bêbado, tomou a nota de R$ 50,00 reais e colocou na carteira. O bêbado agora se mijava de rir, e o dono do bar não entendeu...- E agora do que está rindo? Você perdeu!!!- Tá vendo aqueles caras sentados naquele balcão? Eu apostei R$100,00 com cada um deles que eu mijaria no seu bar todinho e você ainda ia dar risada!

Traição Anal


Desde o primeiro dia de casamento, Romualdo pedia à mulher para fazer sexo anal, mas ela nunca aceitava. Certo dia, quando ele chegou mais cedo do serviço, a encontrou fazendo um sexo anal violento com o seu melhor amigo.Não acreditando no que havia visto, saiu sem que eles percebessem e foi encher a cara no bar. Lá ele encontrou um bêbado pra quem desabafou. Contou toda a história. O bêbado escutou pacientemente e, quando o corno, quer dizer, o marido traído terminou de falar, ele respondeu:— É, companheiro... A vida é assim! Olha só o meu caso, por exemplo: outro dia eu tava viajando de ônibus e de repente fiquei com vontade de cagar... Aí fui no banheiro, fiz força pra cagar e só peidei... Quando voltei pro meu lugar me deu uma vontadezinha de peidar aí fiz força pra peidar e caguei...— Pô, meu! — protestou o corno — Eu desabafo com você, espero um bom conselho e você me vem com esse papo de peidar, cagar?— Só tô tentando te mostrar como é a vida, cara... A gente não pode confiar nem no cú da gente! Imagina no dos outros...



Se Meu Pai Fosse...


Estava um bêbado no ônibus, falando sozinho, em voz alta:- Se meu pai fosse um pato e minha mãe um pata, eu seria um patinho... Se meu pai fosse um cachorro e minha mãe uma cadela, eu seria um cachorrinho... Se meu pai fosse um gato e minha mãe uma gata, eu seria um gatinho... Se meu pai fosse um...- Escuta aqui, ô meu chapa - interrompeu o motorista, em altos brados, levantando-se e caminhando em sua direção. - E se teu pai fosse um veado e tua mãe uma puta?- Aí eu seria motorista!

Filosofia Barata

Altas horas da madrugada, aqueles dois bêbados filosofavam e, de repente, um deles pergunta:
-Supunhetemos e vaginemos catso um dia o mundo foda-se acabaço, o que fezes tu?
- Nádegas!-
-Oh! Que pênis!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

DICIONÁRIO FILOSÓFICO DE VOLTAIRE - CONTOS

VOLTAIRE

Voltaire (1694-1778) foi um dos maiores pensadores de seu tempo. Seu estilo, inconfundível, está presente em todos os seus romances, peças teatrais, trabalhos sobre filosofia e ciências. O traço mais marcante de seus textos é a agressividade inteligente, manifesta através de críticas ácidas e de uma ironia grave, geralmente beirando o sarcasmo.

AMOR PRÓPRIO

Um mendigo dos arredores de Madri esmolava nobremente. Disse-lhe um transeunte:
- O sr. não tem vergonha de se dedicar a mister tão infame, quando podia trabalhar?
- Senhor, - respondeu o pedinte - estou lhe pedindo dinheiro e não conselhos. - E com toda a dignidade castelhana virou-lhe as costas.
Era um mendigo soberbo. Um nada lhe feria a vaidade. Pedia esmola por amor de si mesmo, e por amor de si mesmo não suportava reprimendas.
Viajando pela Índia, topou um missionário com um faquir carregado de cadeias, nu como um macaco, deitado sobre o ventre e deixando-se chicotear em resgate dos pecados de seus patrícios hindus, que lhe davam algumas moedas do país.
- Que renúncia de si próprio! - dizia um dos espectadores.
- Renúncia de mim próprio? - retorquiu o faquir. - Ficai sabendo que não me deixo açoitar neste mundo senão para vos retribuir no outro. Quando fordes cavalo e eu cavaleiro.
Tiveram pois plena razão os que disseram ser o amor de nós mesmos a base de todos as nossas ações - na Índia, na Espanha como em toda a terra habitável.
Supérfluo é provar aos homens que têm rosto. Supérfluo também seria demonstrar-lhes possuírem amor próprio. O amor próprio é o instrumento da nossa conservação. Assemelha-se ao instrumento da perpetuação da espécie. Necessitamo-lo. É-nos caro. Deleita-nos - E cumpre ocultá-lo.

ANTROPÓFAGOS

Falamos do amor. É duro passar de pessoas que se beijam a pessoas que se comem. Não resta dúvida terem existido antropófagos. Encontramo-los na América, onde é possível que ainda os haja. Na antigüidade não foram os ciclopes os únicos a se alimentarem às vezes de carne humana. Conta Juvenal que entre os egípcios - esse povo tão sábio, tão famigerado por suas leis, esse povo tão piedoso que adorava crocodilos e cebolas - os tentiritas comeram certa vez um inimigo que lhes caiu nas mãos. Não o diz de outiva: estava no Egito, porto de Têntiro, quando se cometeu o crime quase aos seus olhos. E lembra, ao relatar o caso, os gascões e saguntinos, que outrora se alimentaram de carne dos próprios compatriotas.
Em 1725 trouxeram-se quatro selvagens do Mississipi a Fontainebleau - Tive a honra de falar-lhes. Havia entre eles uma dama do país, a quem perguntei se havia comido gente. Respondeu-me muito singelamente que sim. Fiquei um tanto escandalizado, e ela desculpou-se dizendo ser preferível comer o inimigo, depois de morto, a deixá-lo servir de pasto às feras; que demais o vencedor merecia a preferência. Nós outros, em batalha campal ou não, por fas ou por nefas matamos nossos vizinhos e. pela mais vil recompensa pomos em função o engenho da morte. Aqui é que está o horror. Aqui é que está o crime - Que importa que depois de morto se seja comido por um soldado, por um urubu ou por um cão?
Respeitamos mais os mortos que os vivos. Cumpria respeitar uns e outros. Bem fazem as nações que chamamos civilizadas em não meter no espeto os inimigos vencidos. Porque se fosse permitido comer os vizinhos, começariam a comer-se entre si os próprios compatriotas, o que seria grande desdouro para as virtudes sociais. Mas as nações que hoje são civilizadas não o foram sempre. Todas elas foram muito tempo selvagens. E com o sem número de revoluções de que tem sido palco o mundo, o gênero humano foi ora mais ora menos numeroso. Sucedeu com os homens o que hoje sucede com os elefantes, leões, tigres, cujas espécies minoraram consideravelmente. Quando uma região estava ainda escassamente povoada de seres humanos e as artes eram rudimentares, os homens se dedicavam à caça. O hábito de se alimentarem do que matavam facilmente levou-os a tratar os inimigos como tratavam os cervos e javalis.
A superstição fez imolar vítimas humanas. A necessidade as fez comer. Qual o crime maior: reunir-se religiosamente para cravar em honra da Divindade uma faca no coração de uma menina enfitada, ou comer um bandido morto em legítima defesa?
No entanto há muito mais exemplos de meninas e meninos sacrificados que de meninas e meninos comidos. Quase todas as nações conhecidas sacrificaram crianças. Os judeus imolavam-nas. É o que se chamava o anátema um verdadeiro sacrifício. Ordena-se no capítulo 27 do Levítico não se pouparem as almas viventes prometidas, porém em ponto algum se prescreve que sejam comidas. Isto era outro caso: tratava-se exclusivamente de uma ameaça. Como vimos, disse Moisés aos judeus que caso não observassem as cerimônias, não só teriam ronha, como as mães comeriam os próprios filhos.
Positivamente no tempo de Ezequiel os judeus deviam comer carne humana, pois diz esse profeta no capítulo 39 que Deus os faria comer não apenas os cavalos dos seus inimigos, mas ainda os cavaleiros e os outros guerreiros. É positivo. De fato, por que não teriam os judeus sido antropófagos? Seria a última coisa a faltar ao povo de Deus para ser a mais abominável nação da terra.
Li nas anedotas da história da Inglaterra do tempo de Cromwell que uma sebeira de Dublin vendia excelentes candeias feitas com gordura de inglês. Certa vez queixou-se-lhe um de seus fregueses de que as candeias já não eram tão boas como antes. - Ah, - disse ela - é que este mês faltaram ingleses. -
Pergunto eu: quem o mais culpado: quem passava os ingleses à faca ou a mulher que fazia velas com sua banha?