sábado, setembro 02, 2006

COLHEITAS DAS VERDADES III

VOLTAIRE


O amor é o estofo da natureza, bordado pela imaginação.

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Nenhum animal, a não ser o homem, conhece os abraços; o corpo inteiro é sensível; os lábios, sobretudo gozam uma voluptuosidade que nada cansa, e esse prazer é um privilégio da tua espécie.


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O amor num país de ateus seria suficiente para levar os homens à adoração divina.


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Os homens receberam o dom de aperfeiçoar tudo que a natureza lhe concede, aperfeiçoaram também o amor.


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É impossível em nosso infeliz mundo que os homens na sociedade não se dividam em duas classes, numa de opressores e outra de oprimidos. O gênero humano, tal como é, não pode subsistir sem que haja uma infinidade de homens úteis que não possuam coisa alguma, porque um homem que tem haveres jamais deixará a sua própria terra a fim de cultivar a vossa; e se a gente tem necessidade de um par de sapatos não será um jurisconsulto que irá fabricá-lo. A igualdade que é a idéia amis natural, é ao mesmo tempo a coisa mais quimérica.


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Tudo quanto diz respeito `a natureza humana se assemelha em todos os recantos do universo, ao passo que tudo quanto depende de costumes é diferente. O costume dissemina a variedade, a natureza, a unidade. Em toda parte, o fundo é o mesmo, a cultura produz frutos diferentes.

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Voltaire dizia a um ministro buguenote indulgente:"Meu amigo, eu também não creio no inferno eterno, mas é bom que sua criada, seu alfaiate e mesmo seu procurador o creiam..."

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