quinta-feira, maio 14, 2009

PROFESSOR É AGREDIDO POR IRMÃO DO GOVERNADOR DO AMAZONAS


Durante aula, professor é agredido por irmãos de vice-governador do Amazonas

FONTE: http://www.comunique-se.com.br/


Por causa de declarações dadas durante uma aula sobre a postura da imprensa diante de fatos envolvendo personalidades e políticos, o professor de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Gilson Monteiro foi agredido, ainda dentro da sala de aula, pelos empresários Amim e Mansur Aziz, irmãos do vice-governador do estado, Omar Aziz.
A agressão aconteceu na última segunda-feira (11/05), após Monteiro citar o caso da cobertura das denúncias de um suposto envolvimento de Omar Aziz em casos de pedofilia. Nesse momento, uma aluna, sobrinha do vice-governador, saiu de sala e voltou, minutos depois, acompanhada do seu pai, Mansur, e do seu tio Amim.
"Ele (Amim) perguntou se eu era o professor da disciplina e foi logo me agredindo. Deu socos, pontapés e me derrubou, além de fazer gestos de que estava descarregando uma arma em cima de mim, enquanto eu me defendia. O outro (Mansur), me agredia verbalmente", disse Monteiro a um repórter do Estadão.
Atitude exagerada
Em entrevista à imprensa local, Amim confirmou a agressão, mas se disse arrependido e considerou exagerada a sua atitude. Ele explicou que agiu de "sangue quente" ao ver sua sobrinha chorando e dizendo que havia sido agredida pelo professor.
"Fui lá defender a minha família", disse.
Vice-governador quer processar professor
O vice-governador, em entrevista coletiva nesta terça-feira, condenou a atitude dos irmãos, mas informou que irá pedir orientação aos seus advogados para estudar medidas judiciais contra o professor.
"Meu irmão é maior de idade e sabe o que faz. Agora, eu desafio as pessoas que falam essas coisas de mim, por maldade, a apresentar provas contra essa acusação. Vou tomar providências", disse.
Sindicato convoca manifestação
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas divulgou nota repudiando a agressão sofrida pelo professor. A entidade informa que denunciou o caso às comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da Ordem dos Advogados do Brasil, ao Centro de Direitos Humanos da Arquidiocese de Manaus e ao Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana, e oferecerá denúncia ao Ministério da Justiça e à Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
"Enquanto a sociedade volta às ruas, amadurecendo o processo democrático, como estão fazendo os estudantes e trabalhadores em Manaus, pessoas que gravitam em torno do poder se acham no direito de invadir uma sala de aula de universidade e agredir um professor. Nem durante a ditadura militar se viu tamanha truculência", diz o comunicado.
Na próxima sexta-feira, às 9h, o sindicato promove, junto com professores, servidores e alunos da Ufam, uma manifestação no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) "como resposta aos bárbaros".
A direção do ICHL divulgou nota de apoio ao professor Gilson Monteiro, repudiando a invasão da faculdade "por pessoas estranhas ao ambiente acadêmico para agredir um professor em pleno exercício do trabalho".
"Este fato só faz lembrar os tempos tenebrosos quando os 'sátrapas do rei' estavam dissimulados nas salas de aulas das universidades brasileiras", diz a nota.
Pelo fato de o professor ser servidor federal, o caso está sendo investigado pela Polícia Federal.
Com informações da Agência Estado, do Portal Terra e do Portal Amazônia.



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