quinta-feira, setembro 17, 2009

PALAVRAS DITAS - Alma desnuda

Marcus Vinicius


Alma desnuda


Deus de meu ventre
e de minhas entranhas
que serei, eu, senhor
se nem ao menos sei quem sou...
Dádiva do divino mistério profundo
fundo de minha dúvidas nas incertezas
do dia que nem chegou a nascer
e os braços em abraços dados
são nós
e quando se multiplica a condição de ser
pelo que poderia ter sido
a soma altera a quantidade
dos pecados cometidos...
Livrai-me Deus da existência
abstrata
dos exegetas e magnatas
dos que matam
em holocausto urbanos
parafraseando Caetano:
"...morrer
matar
de raiva de fome e de sede... Gestos naturais"
Deus dos desprovidos
dos mal amados
da falta de inteligência
deus dos condenados
esquecidos no vale dos perdidos e não achados...
Deus que perdoa...
Os que não sabem o mal que fazem!!!
MARCUS VINICIUS

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