Kalliane Sibelli
e meus olhos se enchem de movimentos
por não ver caminho algum;
quando tudo emurchece
e minhas mãos tateiam o possível
que os outros não querem ver;
quando, enfim, somente cinzas
teimam em acenar-me enquanto passo;
uma, somente uma palavra
afora-me a boca feito uma oração:
com ela semeio espinhos e pedras
com gestos devotos, mais que insistentes,
e atrevo-me à vida, apesar de tais sombras.
ESCRE(VI)VER
Quando todos anoitecem
e meus olhos se enchem de movimentos
por não ver caminho algum;
quando tudo emurchece
e minhas mãos tateiam o possível
que os outros não querem ver;
quando, enfim, somente cinzas
de algo que não ardeu
teimam em acenar-me enquanto passo;
uma, somente uma palavra
afora-me a boca feito uma oração:
com ela semeio espinhos e pedras
com gestos devotos, mais que insistentes,
e atrevo-me à vida, apesar de tais sombras.
Transcrito do Livro EXERCÍCIO DO SILÊNCIO - Kalliane Sibelli
09/03/2007
Editora Queima Bucha - www.queimbucha.com
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