segunda-feira, julho 20, 2009

Carta ao conjunto dos trabalhadores e estudantes Brasileiro

 

Carta ao conjunto dos trabalhadores e estudantes Brasileiro

Para o conjunto da classe trabalhadora, as últimas décadas significaram períodos de grandes transformações. Desde o período da ditadura ao ascenso do neoliberalismo na América Latina, a classe trabalhadora sofreu com constantes ataques aos seus direitos, numa ofensiva do capital em conseguir se estabelecer através da exploração. Todos estes processos fizeram com que a classe trabalhadora voltasse a compreender a necessidade de se organizar, fenômeno visível na eleição de um operário para a presidência do país. Infelizmente, o projeto reformista, conciliador e que não se propõe a acabar com a exploração da classe trabalhadora tem levado a classe trabalhadora em direção a intenção de lhe impor uma derrota em seu projeto histórico. O histórico de lutas de classes já mostrou para o conjunto da classe o que o reformismo tem a oferecer: Uma saída conciliatória, que não enfrenta de fato os problemas de classe, que leva os trabalhadores e trabalhadoras às mais brutais derrotas, transformando todo o seu potencial de luta e o dos movimentos sociais em instrumento de contenção das massas através de políticas assistencialistas e compensatórias, que nada fazem avançar a sua consciência, servindo apenas como meio de sustentação do imperialismo mundial.

Os processos de organização da classe trabalhadora após a eleição de Lula apontaram para uma dicotomia necessária: De um lado aqueles que acreditaram que a via reformista poderia fazer a classe trabalhadora avançar, que acreditaram que era possível através da conciliação com o capital dar mais a classe trabalhadora; De outro lado um novo movimento se construía – trabalhadores e estudantes, que enxergaram nas políticas adotadas pelo governo Lula os mesmos ataques neoliberais do governo FHC, com a diferença apenas de que Lula era o símbolo necessário para enganar o conjunto da classe, pois o seu passado de luta levou a classe trabalhadora a referenciá-lo como a alternativa da classe, que iria combater os problemas dos trabalhadores brasileiros. Infelizmente, as políticas de educação, de saúde e as reformas trabalhistas implementadas pelo governo Lula apenas mostram de que lado ele encontra-se e a quem serve o seu governo. Políticas neoliberais, que tiram da classe para dar aos banqueiros e para sustentar o imperialismo mundial, foi a alternativa escolhida pelo governo "dos trabalhadores", uma alternativa que se consolida como a ponte necessária aos ataques do capital financeiro, não só no Brasil, mas em toda América Latina.

Ainda que alguns setores acreditem que um governo de conciliação, reformista, pode apontar respostas para a classe trabalhadora, os desdobramentos do imperialismo mundial só reafirmam os conceitos trazidos por Marx de que a exploração é inerente ao capitalismo e de que por ser um modelo econômico que nada mais tem a oferecer, a humanidade entrará em crises cíclicas, que, caso não haja uma resposta revolucionária, levará ao conjunto da classe trabalhadora a inúmeras derrotas. A crise econômica atual serviu para apontar ao conjunto da classe trabalhadora a necessidade de se construir uma alternativa de organização, reafirmando a necessidade de construção do socialismo.

A necessidade de se opor aos processos de opressão dos trabalhadores pelo capital, de construir resistência nas universidades às políticas neoliberais do governo Lula, fez com que milhares de jovens se forjassem nos processos de luta, construíssem um movimento estudantil combativo e, através das entidades dos estudantes, conseguissem mobilizar a juventude para diversas pautas. Comigo não foi diferente. A construção nos DA's, DCE e executiva de curso, na construção de cada reunião, assembléia, encontro de estudantes me levou a enfrentamentos diversos com o capital. Construindo as lutas e me construindo enquanto militante combativo. Durante muito tempo dediquei minha militância, minha vida, aos processos de luta, à construção do movimento estudantil e às pautas específicas da saúde. Com o passar do tempo, enxerguei que precisava de mais, que as entidades já não davam conta de organizar todas as demandas que acreditava que deveriam ser tocadas, não conseguiam mais dar resposta aos meus anseios como militante. Algumas perguntas surgem então pra todo militante que se encontra nesta situação. O que fazer? Para onde ir? As respostas não são simples, mas as experiências deixadas pelos companheiros que viveram no passado apontam um caminho. Para nós (Trabalhadores, Estudantes), o capital nada tem mais a oferecer, e foi dessa leitura que a perspectiva revolucionária foi apontada como o caminho a ser seguido. A experimentação com o governo de frente popular é cotidiana, nas universidades, nos espaços de discussão e mostra que não é o caminho da conciliação que dará respostas às demandas da classe trabalhadora. Essa experiência me fez avançar, avançar para a necessidade de construção de uma alternativa que realmente fosse capaz de dar respostas à classe trabalhadora. Isso significaria, então, construir um instrumento que colocasse na pauta do dia a vitória contra o capital e a emancipação da classe trabalhadora. Na minha visão, este instrumento não seria outro que não o Partido Revolucionário. Para mim, o Partido Revolucionário deve ser construído segundo o modelo proposto por Lênin, modelo hoje deixado de lado pela maioria da esquerda. Para esse abandono, em alguns casos, se considera que o "partido leninista" é a caricatura burocrática que os stalinistas defendiam. Defendo o modelo de partido leninista, adotado por Trotsky, que tem a capacidade de organizar o conjunto da classe trabalhadora para as lutas cotidianas. "O partido revolucionário condensa o mais seleto da classe avançada. Sem um partido capaz de orientar-se nas circunstâncias, de apreciar a marcha e o ritmo dos acontecimentos e de conquistar a tempo, a  confiança das massas, a vitória da revolução proletária é impossível"(Trotsky).

Ao me deparar com essa constatação, mais perguntas surgiram. Se o modelo de organização é através do Partido Revolucionário, onde deveria então me organizar? As minhas vivências e análises apontaram o PSTU. Acredito que o PSTU reúne tudo aquilo que estou buscando enquanto organização. Em primeiro lugar, um partido classista, com programa que tivesse como centralidade a organização da classe operária para a tomada do poder e construção do socialismo como etapa à sociedade comunista. Em segundo lugar, um partido marxista, com base nos princípios do centralismo democrático, pautado no método leninista de organização, que tenha como horizonte a ditadura do proletariado, colocando o operariado na vanguarda da revolução. Em terceiro lugar, um partido de tipo bolchevique, de vanguarda, mas que busque o diálogo com as massas, pautado por um programa socialista e internacionalista, imprescindível na atual configuração do imperialismo. Sei que o PSTU não está pronto, não expressa todas as experiências vividas pela classe trabalhadora mundial, mas acredito que os acordos estratégicos que tenho com o partido me levarão a uma construção muito saudável, pois sei que tenho muito a contribuir para que o Partido reúna o melhor da classe trabalhadora e o Partido tem muito a contribuir para a minha formação enquanto dirigente da Classe Operária mundial. O caráter classista e internacionalista representado através da ligação do partido com a Liga Internacional dos Trabalhadores – LIT, reivindicando a Quarta Internacional –QI, me faz apontar para esta organização como um lugar privilegiado de construção.

Em tempos de crise, onde a classe trabalhadora tem sofrido para pagar o prejuízo do capitalismo mundial, onde a juventude é um dos principais alvos da exploração do imperialismo mundial, a alternativa de organização no Partido Revolucionário para mim é cada vez mais acertada. A falta de direções que levassem o conjunto da classe trabalhadora à vitória já foi apresentada diversas vezes na história. Hoje, com a classe trabalhadora, em especial a juventude, pagando pela crise, se faz necessária a construção de alternativas de lutas combativas. Acredito que o Congresso Nacional de Estudantes é reflexo dessa reorganização, e que lá poderei juntamente com o conjunto dos companheiros que não cederam às pressões do capital construir nas lutas um novo movimento estudantil: Combativo, Classista e de Lutas. Um movimento que leve a Juventude a experimentar uma forma de organização democrática e anti-burocrática, que alie trabalhadores e estudante e onde cada estudante seja extremamente importante para contribuir com a construção do novo movimento estudantil.

Companheiros, sei que esta notícia trará, para aqueles que militaram comigo ao longo dos últimos anos, surpresa, desconfiança, alegria, mas é com o sentimento fraterno, de muita honestidade que expresso sem medo, para todos aqueles que ao meu lado militaram, a opção por essa alternativa de lutas para a esquerda. Acredito que num futuro próximo alguns companheiros estarão ao meu lado, construindo o Partido Revolucionário, pois acredito que a dinâmica da luta de classes aponta para os lutadores uma única alternativa: A radicalização nas lutas através da estratégia Revolucionária.

Saudações Revolucionárias,

Henrique Saldanha – Estudante de Fisioterapia da UNIME, Ex-Membro do Diretório Acadêmico de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Feira de Santana (2005-2006), Ex- Militante do Grupo OUSAR - UEFS(2005-2006), Dirigente do Diretório Acadêmico de Fisioterapia da UNIME – DAFISIO/UNIME (2006-2009), Dirigente da Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia – ENEFi (2006-2009)

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