domingo, janeiro 15, 2012

Quem se importa com os professores? - SEBO E ACERVO



SEBO E ACERVO


Posted: 14 Jan 2012 11:59 AM PST
professores20doentes
Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo. Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisarei trabalhar (por mais que ame muito o que faz). Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante é: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????

Constantemente ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos evidentemente.
Se a educação neste país não vai bem só existe um culpado: o professor. E aí vem meus questionamentos.
Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?
Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobra o conteúdo de cada disciplina. Como pode num país...num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública?
Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição. A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutamente nada com um aluno indisciplinado que até mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição.
Dia a dia... Minuto a minuto... Os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo físicas pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano. Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai...
E quando ameaçados de morte e recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: "Isto não vai adiantar nada!"
Meus bons alunos presenciam o mau aluno fazendo tudo o que não ode ser feito e não acontecendo nada com ele. É o exemplo da impunidade desde a infância. Meus bons alunos presenciam que o aluno que não fez absolutamente nada durante o ano, passou de ano como ele, que se esforçou e foi responsável.
Houve um ano que eu tinha um aluno que era muito bom. E ele começou a faltar muito e ir mal à escola. Os colegas diziam que ele ficava empinando pipa ao invés de ir pra escola. Um dia, tive uma conversa com ele, e perguntei o que estava acontecendo? E ele me disse: "Pra que eu vou vir pra escola se eu vou passar de ano mesmo assim?"
Então eu procurei aconselhar (como faço com meus alunos até hoje) que ele devia frequentar a escola, não para tirar notas boas nas provas ou passar de ano. Ele deveria vir a escola para aumentar seu conhecimento que é o único bem que ninguém poderá roubar. Que a escola iria ajuda-lo a aprender e trocar conhecimentos com os outros e ajuda-lo a dar uma melhor formação na vida...
Depois dessa conversa ele não faltou mais tanto... Mas nunca mais voltou a ser o excelente aluno que era. Qual a motivação de ser bom aluno hoje em dia?
Seus ídolos são jogadores de futebol que não falam o português corretamente e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros. Ensinando que não é necessário haver respeito às autoridades e aos outros. Ou são dançarinas que mostram seu corpo rebolando na televisão e pousando nuas para ganhar dinheiro.
Para quê eu me matar de estudar se há tantas profissões que não são valorizadas e nem respeitadas?
Conheci (e ainda conheço e convivo) ao longo de minha carreira na escola pública, inúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupa com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais. Que possuem um conhecimento e formação excelentes, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação educacional.
Li a poucos dias num artigo que os cursos de filosofia, matemática, química, biologia e outros todos ligados a área de magistérios não estão tendo procura nas universidades. Lógico! Quem é que quer ser professor?
Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e respeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas.
Fiquei indignada com uma reportagem na TV (que, aliás, adora fazer reportagem sensacionalistas colocando o professor sempre como vilão da história) em que relatava que numa escola um aluno ameaçava os outros com um revólver e num determinado momento o repórter perguntou: "onde estava o professor que não viu isso?"
E agora eu pergunto: "O que se espera de um professor (ou de qualquer ser humano), que se faça com uma arma apontada pra você ou pra outro ser humano? Ah... já sei... o professor deveria enfrentar as balas do revólver! Claro! As universidades e os cursos de aperfeiçoamento de professores não estão nos ensinando isso...
Vocês tem conhecimento de como os professores de nosso país estão adoecendo???
Vocês sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física tem nos submetido dia a dia?
Você sabe o que é ouvir de um pai frases assim:
"Meu filho mentiu, mas ele é apenas uma criança!"
"Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!"
"Você está passando muita lição para meu filho, e ele é apenas uma criança!"
"Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou".
"Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!"
Classes superlotadas, falta de material pedagógico, espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que eles recebem e, muitas vezes, não valorizam (afinal eles não precisam fazer absolutamente nada para merecê-los), brigas por causa do "Leve-leite" (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão ele não leva o leite).
Regras educacionais dissonantes de acordo com a classe social dos alunos.
Impunidade.
Mas a educação não vai bem, por causa do professor...
Encerro esse desabafo com essa pergunta que li há poucos dias:
Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
"Todo mundo "pensando" em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que "pensarão" em deixar filhos melhores para o nosso planeta?".
Por Verônica Dutenkefer (20/06/2009)

Posted: 14 Jan 2012 10:38 AM PST
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Um artigo divulgado recentemente pelo site Imediata.org, publicado originalmente no jornal Le Monde pelo ex-primeiro-ministro francês Michel Rocard, e pelo economista Pierre Larrouturou, intitulado "Porque os Estados devem pagar 600 vezes mais que os bancos?" enfoca a atual crise europeia e norte-americana apontando os parâmetros econômicos distorcidos em relação à política de juros adotados pelas grandes corporações bancárias mundiais. É um artigo muito bem construído e merece ser lido por todos.

"São cifras inacreditáveis. Já se sabia que, em fins de 2008, George Bush e Henry Paulson tinham colocado sobre a mesa 700 bilhões de dólares (540 bilhões de euros) para salvar os bancos dos EUA. Uma soma colossal. Mas recentemente, um juiz estadunidense deu razão aos jornalistas da Bloomberg que exigiam transparência de seu banco central quanto à ajuda dada ao sistema bancário.
Depois de terem vasculhado 20.000 páginas de diferentes documentos, a Bloomberg mostra que o Federal Reserve (FED)  emprestou secretamente aos bancos em dificuldade a quantia de 1.200 bilhões a uma taxa incrivelmente baixa de 0,01%.
No mesmo momento, em muitos países, as populações sofrem com os planos de austeridade impostos pelos governos aos quais os mercados financeiros não aceitam emprestar bilhões a taxas de juros inferiores aos 6,7% ou aos 9%. Asfixiados por essas taxas de juros, os governos são "obrigados" a bloquear aposentadorias, subsídios familiares ou salários de funcionários públicos e a cortar os investimentos, e isso faz aumentar o desemprego e logo nos fará afundar numa recessão muito grave.
Será normal que, em caso de crise, os bancos privados, que se financiam normalmente à taxa de 1% junto aos bancos centrais, possam se beneficiar de taxas de 0,01%, enquanto certos Estados, pelo contrário, são obrigados a pagar taxas 600 ou 800 vezes mais altas? "Ser governados pelo dinheiro organizado é tão perigoso quanto ser governado pelo crime organizado", afirmava Roosevelt. Ele tinha razão. Nós estamos vivendo uma crise do capitalismo não regulamentado que pode se revelar um suicídio para a nossa civilização. Como afirmam o escritor Edgar Morin e Stéphane Hessel, em Le Chemin de l'ésperance (Fayard 2011) (O Caminho da esperança – N.d.T.), nossas sociedades devem escolher: a metamorfose ou a morte?
Será que esperaremos até que seja tarde demais para abrir os olhos? Será que esperaremos até que seja tarde demais para compreender a gravidade da crise e escolher em conjunto a metamorfose antes do colapso das nossas sociedades? Não temos a possibilidade aqui de desenvolver as dez ou quinze reformas concretas que tornariam possível essa metamorfose. Queremos somente demonstrar que é possível discordar de Paul Krugman quando explica que a Europa está entrando em uma "espiral negativa". Como dar oxigênio às nossas finanças públicas? Como agir sem modificar os tratados, o que vai exigir meses de trabalho e se tornará impossível se a Europa for cada vez mais detestada por seus cidadãos?
Angela Merkel tem razão quando diz que nada deve encorajar os governos a continuar a fuga para frente. Mas o essencial das quantias que os nossos Estados tomam em empréstimo nos mercados financeiros diz respeito a dívidas velhas. Em 2012, a França deve tomar emprestado cerca de 400 bilhões: 100 bilhões que correspondem ao déficit do orçamento (que seria quase nulo se fossem anuladas as reduções de impostos outorgadas nos últimos dez anos) e 300 bilhões que correspondem a velhas dívidas, que vão vencer e que somos incapazes de reembolsar se não nos endividarmos novamente pelas mesmas quantias algumas horas antes de reembolsá-las.
Cobrar taxas de juros colossais para débitos acumulados cinco ou dez anos atrás não ajuda a responsabilizar os governos mas a asfixiar nossas economias, fazendo lucrar os bancos privados; com o pretexto que há um risco, emprestam a taxas muito elevadas sabendo que não há qualquer risco real, porque o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (ESFS)  vai garantir a solvência dos Estados devedores.
É preciso acabar com essa concepção de dois países duas medidas: inspirando-nos naquilo que fez o banco central estadunidense para salvar o sistema financeiro, propomos que "a velha dívida" dos nossos Estados possa ser refinanciada a uma taxa próxima de 0%.
Não é preciso modificar os tratados europeus para colocar em prática essa ideia: certo, o Banco Central Europeu (BCE) não está autorizado a emprestar aos Estados membros, mas pode emprestar sem limite aos órgãos públicos de crédito (artigo 21.3 do estatuto do sistema europeu dos bancos centrais) e às organizações internacionais (artigo 23 do mesmo estatuto). Ele pode, portanto, emprestar a uma taxa de 0,01% ao Banco Europeu de Investimentos (BEI) ou à Caixa dos Depósitos, e esses, por sua vez, podem emprestar a 0,02% aos Estados que se endividaram, para o reembolso de suas velhas dívidas.
Nada impede de atuar esses financiamentos a partir de janeiro! Isso não é suficientemente dito: o orçamento da Itália apresenta um excedente primário. Estaria, assim, em equilíbrio se a Itália não tivesse que pagar pelos custos financeiros cada vez mais elevados. É preciso deixar que a Itália afunde na recessão e na crise política ou devemos aceitar de pôr um basta aos lucros financeiros? A resposta deveria ser evidente para quem age a favor do bem comum.
O papel que os tratados atribuem ao BCE é o de vigiar a estabilidade dos preços. Como é que ele pode não reagir quando alguns países verificam os rendimentos de suas obrigações do Tesouro dobrar ou triplicar em poucos meses? O BCE deve também controlar a estabilidade de nossas economias. Como é que ele pode deixar de agir quando o preço da dívida ameaça nos fazer cair numa recessão que, segundo o governador do Banco da Inglaterra, seria "mais grave que aquela de 1930"?
Se nos atemos aos tratados, nada impede ao BCE de agir com força para fazer baixar o custo da dívida. Não só não há obstáculos que os impeçam de agir como, pelo contrário, cada elemento o leva nessa direção. Se o BCE fosse fiel aos tratados, deveria fazer de tudo para diminuir o custo da dívida pública. É opinião geral que a inflação seja a coisa mais inquietante.
Em 1989, depois da queda do Muro de Berlim, foi suficiente um mês para que Helmut Kohl, François Mitterrand e outros chefes de Estado europeus decidissem criar a moeda única. Depois de quatro anos de crise, o que é que os nossos dirigentes ainda estão esperando para dar oxigênio às nossas finanças públicas? O mecanismo que propomos poderia ser aplicado imediatamente, seja para diminuir o custo da velha dívida que para financiar os investimentos fundamentais para o nosso futuro, como por exemplo, um plano europeu de economia energética.
Aqueles que requerem a negociação de um novo tratado europeu têm razão: com os países que o desejam é preciso construir uma Europa política capaz de agir sobre a globalização: uma Europa verdadeiramente democrática como já propunham Wolfgang Schäuble e Karl Lamers em 1994, ou Joschka Fischer em 2000. Ocorre um tratado de convergência social e uma verdadeira governança econômica.
Tudo isso é indispensável. Mas nenhum novo tratado poderá ser adotado se o nosso continente afundar numa "espiral negativa" e os cidadãos começarem a detestar tudo o que é decidido em Bruxelas. É urgente enviar aos cidadãos um sinal muito claro: a Europa não está nas mãos dos lobbies financeiros.
Está a serviço de seus cidadãos."
Fonte original: LeMonde

Posted: 14 Jan 2012 07:43 AM PST
bela rosa rubra
Traduzido do Espanhol - Em sua oficina, que abarcava as duas salas do porão, Paracelso pediu a seu deus: a seu deus indeterminado, que lhe enviasse um discípulo. Entardecia. O escasso fogo da lareira produzia sombras irregulares. Levantar-se para acender a lamparina de ferro, era trabalho demasiado. Paracelso, distraído pela fadiga, esqueceu-se de sua súplica. A noite havia apagado os empoeirados alambiques e o atanor, quando bateram à porta...

O homem, sonolento, se levantou.
Subiu a pequena escada de caracol e abriu uma folha de suas portas.
Entrou um desconhecido. Também estava muito cansado. Paracelso, lhe indicou um banco. O outro sentou-se e, esperou.
Durante um tempo, não trocaram uma palavra.
O mestre foi o primeiro que falou.
- Recordo caras do ocidente e caras do oriente; disse, não sem certa pompa.
- Não recordo a tua. Quem és o que deseja de mim?
- Meu nome é o de menos – replicou o outro.
- Três dias e três noites tenho caminhado para entrar em tua casa.
Quero ser teu discípulo. Trago-te todos os meus haveres.
Sacou um saco largo e estreito e virou sobre a mesa. As moedas eram muitas, e de ouro. Fez isso com a mão direita.
Paracelso lhe havia dado as costas para acender a lâmpada. Quando deu a volta, observou que na mão esquerda, segurava uma rosa. A rosa, o inquietou.
Recostou-se. Juntou as pontas dos dedos e disse:
- Me crês capaz de elaborar a pedra que troca todos os elementos em ouro; e me ofereces ouro. Não é ouro o que busco. E se o ouro de importa, não será nunca meu discípulo.
- O ouro não me importa. Respondeu o outro. Estas moedas não são mais que uma prova de minha vontade de trabalho. Quero que me ensines a arte. Quero percorrer a teu lado o caminho que conduz à pedra.
Paracelso disse, com lentidão:
- O caminho é a pedra. O ponto de partida é a pedra. Se não entendes estas palavras, ainda não começou a entender. Cada passo que darás é a meta.
O outro o mirou com receio. Disse com voz distinta:
- Mas há uma meta?
Paracelso se riu.
- Meus detratores, que não são menos numerosos que estúpidos, dizem que não. E me chamam um impostor. Não lhes dou a razão. Mas não é impossível que seja uma ilusão. Sei que há um caminho.
Houve um silêncio, e disse o outro:
- Estou pronto a percorrê-lo contigo. Ainda que devamos caminhar muitos anos. Deixa-me cruzar o deserto; deixa-me divisar ao menos (siquiera) desde longe a terra prometida, ainda que os astros não me deixem pisá-la. Quero uma prova antes de empreender o caminho.
- Quando? Disse com inquietude Paracelso.
- Agora mesmo; disse com brusca decisão o discípulo.
Haviam começado falando em latim. Agora, em alemão. O rapaz elevou a rosa no ar.
- É bem conhecido, disse, que podes queimar uma rosa e fazê-la ressurgir da cinza por obra de tua arte. Deixa-me ser testemunha desse prodígio. Isso te peço e te darei depois minha vida inteira.
- És muito crédulo, disse o mestre. Não há necessidade de credulidade; exijo a fé. O outro insistiu.
- Precisamente, porque não sou crédulo, quero ver com meus olhos a aniquilação e a ressurreição da rosa.
Paracelso a havia tomado e ao falar brincava com ela.
- És crédulo, disse; dizes que sou capaz de destruí-la.
- Ninguém é incapaz de destruí-la, disse o discípulo.
- Estás equivocado, crês porventura que algo pode ser devolvido ao nada? Crês que o primeiro adão no paraíso pode haver destruído uma só flor, ou uma folha de erva?
- Não estamos no paraíso, disse teimosamente o rapaz. Aqui, de baixo da lua, tudo é mortal.
Paracelso se havia posto em pé.
- Em que outro lugar estamos? Crês que a Divindade pode criar um lugar que não seja o paraíso? Crês que a tristeza é outra coisa que ignorar que estamos no paraíso?
- Uma rosa pode se queimar, disse com provocação o discípulo.
- Ainda resta fogo na lareira, disse Paracelso. Se arremessar esta rosa às brasas, crerias que foi consumida e que a cinza é verdadeira.
Digo-te que a rosa é eterna e que somente sua aparência pode mudar.
Bastaria-me uma palavra para que a vejas de novo.
- Uma palavra! , disse com estranheza o discípulo.
- O atanor está apagado e estão cheios de pó os alambiques. Que farias para que ressurgisse?
Paracelso o mirou com tristeza.
- O atanor está apagado, repetiu. E estão cheios de pó os alambiques.
Neste trecho de minha longa jornada, uso outros instrumentos.
- Não me atrevo a perguntar quais são; desse o outro com astúcia e com humildade.
- Falo daquilo que usou a Divindade para criar os céus e a terra e o invisível paraíso em que estamos; e que o pecado original nos oculta.
Falo da palavra que nos ensina a ciência da cabala.
O discípulo disse com frialdade:
- Te peço a graça de me mostrar a desaparição e a aparição da rosa.
Não me importa que operes com alquitaras (aparelho primitivo de destilação) ou com o verbo.
Paracelso refletiu; ao fim disse:
- Se eu o fizesse, dirias que se trata de uma aparência imposta pela magia de teus olhos. O prodígio não te daria a fé que buscas. Deixa pois a rosa.
O jovem o mirou, sempre receoso. O mestre alçou a voz e lhe disse:
- Ademais, quem és tu para entrar na casa de um mestre e exigir-lhe um prodígio? Que tens feito para merecer semelhante dom?
O outro replicou, tremulamente.
- Já sei que não tenho feito nada. Peço-te em nome dos muitos anos que estudei a tua sombra; que me dixes ver a cinza e depois a rosa. Não te pedirei nada mais! Acreditarei no testemunho de meus olhos!
Tomou com brusquidão a rosa encarnada que Paracelso havia deixado sobre a escrivaninha e arremessou nas chamas. A cor se perdeu; só ficou um pouco de cinza. Durante um instante infinito, esperou as palavras e o milagre.
Paracelso não se havia alterado.
Disse com curiosa simplicidade:
- Todos os médicos e todos os boticários de Basiléia afirmam que sou um enganador. Talvez estejam certos... E aí está a cinza que foi a rosa que não o será.
O rapaz sentiu vergonha.
Paracelso era um charlatão ou um mero visionário. E ele, um intruso.
Havia franqueado sua porta e o obrigava agora a confessar que suas famosas artes mágicas eram vãs.
Ajoelhou-se e lhe disse:
- Tenho obrado imperdoavelmente. Tem-me faltado a fé que o senhor exige dos crentes. Deixa que continue vendo a cinza. Voltarei quando for mais forte e serei teu discípulo. E no fim do caminho, verei a rosa.
Falava com genuína paixão. Mas essa paixão era a piedade que o inspirava o velho mestre; tão venerado, tão agredido, tão insigne; por tal razão, tão vazio (hueco).
Quem era ele? Johannes Grisebach, para descobrir com mão sacrílega, que de trás da máscara, não havia nada. Deixar-lhe as moedas de ouro, seria uma esmola. Retomou-as ao sair.
Paracelso o acompanhou até o pé da escada e lhe disse: que em casa, sempre seria bem-vindo.
Ambos sabiam que nunca voltariam a ver-se.
Paracelso ficou sozinho.
Antes de apagar a lâmpada e de sentar-se na poltrona surrada, virou o tênue punhado de cinza na mão côncava e disse uma palavra em voz baixa:
- A rosa, ressurgiu!
Por Jorge Luis Borges (1978)

Posted: 14 Jan 2012 07:10 AM PST
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Uma empresa japonesa criou um chinelo bem criativo. Ao invés de solas tradicionais, eles resolveram fazer formatos de patas de animais, ou seja, se você vai para a praia, poderá deixar rastro inconfundível. Veja os modelos:

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Site da empresa fabricante: http://www.kiko-kids.com/

Posted: 14 Jan 2012 06:55 AM PST
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O ICEHOTEL fica localizado na aldeia de Jukkasjarvi, Kiruna, na Suécia. Após a sua primeira abertura em 1990, o hotel é reconstruído a cada ano entre dezembro e abril. Veja outras imagens:

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Posted: 14 Jan 2012 06:16 AM PST
DesembargadorPeixotinho"Associação de magistrados entra com ação no CNJ em que aponta privilégio e desrespeito ao critério de antiguidade." "O CNJ está jugando pedido para anular promoções de 17 juízes ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de MG, informa Frederico Vasconcelos." "Para uma associação de juízes estaduais, o TJ privilegiou parentes de desembargadores em detrimento de juízes mais antigos."
Posted: 14 Jan 2012 05:51 AM PST
"É com grande expectativa e entusiasmo que a Som Livre traz ao mercado o novo projeto de Michel Teló. Com a explosão do hit "Ai se eu te pego" (com mais de 44,5 milhões de views no Youtube), Michel Teló transformou-se em um dos artistas mais comentados e falados do momento. A música está estourando em todo o Brasil e começa a invadir as baladas da Europa. Nos últimos meses, vários craques do futebol nacional (como Diego Souza e Neymar) cantaram e dançaram a música na comemoração de seus gols. Até o craque Cristiano Ronaldo dançou a música com o lateral esquerdo do Real Madri e da seleção brasileira, Marcelo. Essa identificação dos jogadores de futebol com a canção gerou muitas pautas de TV pro artista, ampliando ainda mais a sua popularidade." Veja também o vídeo oficial da música HUMILDE RESIDÊNCIA clicando no link disponibilizado no próprio vídeo.

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Posted: 14 Jan 2012 05:24 AM PST
joao-pessoa
(foto ilustrativa) Um estudo feito pela organização não governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança divulgado nesta sexta-feira (13) aponta a cidade de João Pessoa como uma das 50 mais violentas do mundo. A capital paraibana é uma das 14 cidades brasileiras que aparecem no ranking. As informações foram divulgadas pela Agência Brasil.

A lista da ONG foi feita com base na quantidade de homicídios em relação ao número de habitantes. João Pessoa aparece 29º lugar com uma taxa de 48.64 homicídios para cada grupo de cem mil habitantes. Entre as cidades brasileiras que aparecem no ranking, a capital paraibana é a sétima, atrás de Maceió (terceira na lista geral), Belém, Vitória, Salvador, Manaus e São Luiz .
O topo da lista do Conselho Cidadão para a Segurança é ocupado pela cidade de San Pedro Sula, em Honduras, com uma taxa de 158.87 homicídios para um grupo de 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está Juárez, no México, com uma taxa de 147.77.
De acordo com o Mapa da Violência 2012, João Pessoa é apontada como a segunda capital mais violenta do país, com um crescimento de 157,1% no número de homicídios entre 2000 e 2010. O estudo foi divulgado em dezembro e foi elaborado com base em informações do Ministério da Justiça e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Em novembro, um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que a Paraíba ocupa o segundo lugar no ranking de violência do país. O cálculo foi feito com base em números de 2010, ano em que foram registrados 1.438 homicídios dolosos, com intenção de matar, no estado. Os dados fazem parte da 5ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Fonte: G1

Posted: 13 Jan 2012 06:24 PM PST
lua
Imagens incríveis de uma cratera gigante da lua foram capturadas recentemente por um satélite da NASA. Em novembro de 2011, a espaçonave LRO passou por cima da cratera Aristarchus, que se estende por 40 quilômetros e tem mais de 3,5 quilômetros de profundidade, mas as fotos só foram liberadas em 25 de dezembro.

A enorme cratera, que é também muito refletora, é facilmente visível a olho nu. Mas os detalhes revelados nas fotos são especiais, decorrentes de um voo muito baixo da LRO.
"A espaçonave estava apenas 26 quilômetros acima da superfície da lua, o que é duas vezes mais baixo do que o normal", afirma Mark Robinson, principal responsável pela nave. "Para você ter um senso de escala, essa altitude é apenas duas vezes maior do que os jatos comerciais voam na Terra".
Os cientistas pensam que a cratera se formou recentemente, em termos geológicos, quando um cometa ou asteroide bateu na lua, cavando um buraco na superfície.
A NASA lançou a LRO em 2009, em uma missão de mais de um bilhão de reais, para mapear a lua com detalhes nunca vistos antes. A espaçonave carrega sete instrumentos para estudar a superfície do satélite.
Fonte: [Space]

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