terça-feira, agosto 14, 2012

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Posted: 14 Aug 2012 06:40 AM PDT
Você, sua aposentadoria e o impacto dos juros baixos na Previdência PrivadaOswaldo comenta: “Navarro, tenho um plano de previdência privada cuja taxa de carregamento é de 4% e a taxa de administração é de 3%. Alguns amigos me disseram que estou em um plano muito caro e que, dado o cenário de queda nos juros (e na rentabilidade da renda fixa), meu patrimônio total acumulado será muito menor do que o simulado na contratação. E agora? Obrigado”.
Sempre que faço uma palestra procuro discutir com os presentes o impacto que a “economia do Jornal Nacional” (todos aqueles termos e índices que os apresentadores falam e que consideramos “chatos”) tem em nossas vidas. Ao provocar a plateia, quase todos se lembram das recentes mudanças na rentabilidade da caderneta de poupança, mesmo não sabendo relacioná-las com a queda da taxa básica de juros (Selic).
Depois de alguns minutos discutindo a questão, pergunto se não estão se esquecendo de outro “detalhe”. Nenhum comentário. Então apresento rapidamente a previdência privada e os reflexos do atual cenário econômico brasileiro nas simulações de aposentadoria. Alguns fazem cara de espanto, outros simplesmente começam a murmurar com os colegas.
A verdade é simples: encontrar um bom plano de previdência privada é mais importante que apenas ter previdência complementar. Hoje discutiremos os principais aspectos dessa decisão: portabilidade, taxa de carregamento, taxa de administração e modalidade do produto (renda fixa ou fundos compostos).
O impacto e porque você deve prestar atenção nisso tudo…
O economista Marcelo d’Agosto, responsável pelo excelente blog “O Consultor Financeiro” (Valor), fez uma simulação simples para demonstrar as diferenças na escolha entre planos de previdência privada:
  • Escolher entre um plano que cobra 4% de taxa de carregamento e 3% de taxa de administração e outro que cobra apenas taxa de administração de 0,8% representará uma diferença de superior a 50% no patrimônio acumulado, considerando um aporte inicial de R$ 10 mil e contribuições mensais de R$ 500,00 por 30 anos, a um juro real de 4% ao ano;
  • No pior plano, o investidor acumularia cerca de R$ 214 mil, enquanto que no plano mais barato (e melhor), o patrimônio final seria de R$ 324,9 mil – uma diferença superior a R$ 110 mil.
Existe produto ideal?
Infelizmente, não há como garantir que você contratou o melhor produto. Essa definição é bastante subjetiva, já que tem relação direta com o valor do aporte e o montante mensal que será possível aplicar. No entanto, algumas observações podem garantir uma escolha mais consciente e inteligente, acompanhe.
1. Busque planos compatíveis com seus objetivos
Investir em produtos de previdência complementar sugere que você passará a construir com mais cuidado o seu futuro. Assim, é importante conhecer a característica do plano que vai contratar para avaliar a estratégia do gestor é coerente com seus planos individuais.
De forma mais objetiva, se seu horizonte de aportes for maior que 10 anos, prefira planos compostos mais agressivos (até 49% em renda variável) – cuja estratégia implica arriscar mais durante os primeiros anos de contribuição (mercado de ações) e migrar, aos poucos e à medida que os anos finais de depósito se aproximam, os recursos para aplicações conservadoras.
Se o horizonte de tempo desejado for mais curto, então se concentre em realizar aportes maiores em planos tradicionais de renda fixa ou compostos, mas com menor exposição ao risco (até 15% ou 30% no mercado de ações). A atenção neste caso deverá ser redobrada em relação aos custos envolvidos e escolha do gestor, algo que veremos adiante.
2. Pesquise e escolha planos com taxa de carregamento zero
A taxa de carregamento representa o percentual que é retirado a cada aporte, o que pode ser significativo para o total acumulado ao final do período de contribuição. Sua tarefa será entender as regras dos planos oferecidos enquanto busca pelo produto cuja taxa de carregamento não exista – e isso é possível.
Você vai se deparar com possibilidades de zerar essa taxa aumentando o depósito inicial ou fazendo aportes mensais maiores. Assim, é recomendável avaliar as seguradoras e seus produtos com calma e questionando seus profissionais sobre a cobrança da taxa e como será possível anulá-la. Faça uma tabela com o comparativo para facilitar sua decisão, mas não abra mão da taxa de carregamento zerada.

3. Escolha planos com taxa de administração menor que 1,5% na renda fixa e 3% nos compostos
A taxa de administração é cobrada anualmente sobre o patrimônio e é considerada a remuneração dos gestores e da empresa. Sua cobrança é justa, mas deve estar alinhada com tipo do plano e a estratégia adotada para os recursos administrados pela instituição.
Gerenciar recursos de renda fixa é, em tese, mais simples que cuidar de um patrimônio misto (renda fixa e renda variável). Logo, busque taxas de administração mais baixas para planos de previdência conservadores (até 1,5% ao ano) e seja mais flexível (e exigente com os resultados) com as opções compostas de previdência complementar (até 3% ao ano).
4. Dê atenção para a rentabilidade e histórico do fundo e da instituição
Ao observar a taxa de administração e investir em planos com taxa zero de carregamento você garante seu papel de investidor consciente, mas há algo mais que deve ser feito: comparativo dos produtos oferecidos em termos de rentabilidade, consistência de resultados e solidez.
Afinal de contas, você fará uma escolha de investimento que durará muito tempo e deseja que seu patrimônio esteja garantido e maior ao final do período, certo? Então dê atenção à estrutura das seguradoras. Busque opiniões de clientes, pesquise a história da empresa, o patrimônio sob gestão, procure pelos planos na Internet e compare-os.
5. Considere seriamente a portabilidade
A portabilidade entre planos de previdência privada garante que os recursos aplicados podem ser transferidos de um plano de mesma natureza para outro, inclusive de outra instituição, sem incidência de imposto de renda. A ideia aqui é colocar em prática tudo o que conversamos acima, ou seja, sua pesquisa por produtos melhores, desde que compatíveis (VGBL para VGBL ou PGBL para PGBL).
Em relação ao regime de tributação, as regras são simples: o investidor pode passar de um PGBL progressivo para outro progressivo ou regressivo. Mas, se ele tem um PGBL regressivo, só poderá passar seus recursos para outro regressivo.
Hora de trabalhar… e poupar!
Agora que você conhece os fatores de sucesso na escolha de seu plano de previdência privada, é hora de agir. Se você já contribui para um plano complementar de aposentadoria, avalie se ele cobra taxas compatíveis com o que discutimos por aqui e aproveite para pesquisar as opções usando a Internet e o seu relacionamento com o gerente bancário.
Se você ainda não tem um plano de previdência privada, sugiro fortemente que o faça. A situação da aposentadoria oficial (INPS) é, no mínimo, discutível, então cabe a você garantir mais renda para desfrutar, com dignidade e qualidade de vida, da terceira idade ou dos seus planos futuros. Falei mais sobre isso também no artigo “E a previdência privada em época de juros baixos?”, que vale ler.
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Conrado Navarro
Foto de sxc.hu.
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Este artigo foi escrito por Conrado Navarro.
Educador financeiro, tem MBA em Finanças pela UNIFEI. Sócio-fundador do Dinheirama, autor dos livros "Vamos falar de dinheiro?" (Novatec) e "Dinheirama" (Blogbooks) e autor do blog "Você Mais Rico" da Revista Você S/A. Ministra cursos de educação financeira e atua como consultor independente. No Twitter: @Navarro.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
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