terça-feira, outubro 30, 2007

Funcionários da educação - Trajetória sem reconhecimento

Fátima Cardoso Professora e Pedagoga FONTE: http://www.correiodatarde.com.br/artigos/23322

"Somos felizes porque não perdemos o jeito de amar, de sorrir para as pessoas, de cantarolar, mesmo sem encontrar motivos para que isso aconteça", dizia uma merendeira, ao perguntar sobre o Plano de Carreira e sem incentivo para realizar o trabalho cotidiano, ainda assim, não se mostrava abatida pela falta de reconhecimento público do seu trabalho.
Observamos que existe uma simetria que os torna incomum no serviço público, que é a teimosia e a resistência, apesar do Governo do Estado os tratar com indiferença, e descaso em relação as suas necessidades. Necessidades não apenas da execução das tarefas repetitivas e que fazem parte da organização da rotina do trabalho.
Não é a rotina que incomoda é a falta de reconhecimento institucional da existência deste profissional. Apesar da importância do trabalho dele, noventa por cento dos equipamentos de trabalho disponibilizados estão fora das normas reguladoras da segurança do trabalho. A história mais recente mostra que as necessidades deste segmento profissional tão importante para a educação, não foi priorizado pelo governo, como foi o caso da pauta de reivindicação.
A começar pela luta de mais de 15 anos pelo Plano de Carreira, principalmente, para este segmento que ocupa a mais baixa remuneração da administração do estado do Rio Grande do Norte, somando-se a estes a retirada de antigas gratificações como foi o caso dos mecanógrafos até mesmo daqueles funcionários que as tinha há mais de 18 anos.
Mas, não é só isso, que fica obscuro e que não são meros detalhes. Já se foram dois anos de luta para se implantar e operacionalizar um programa com recursos do Governo Federal, chamado Pró-funcionários, que beneficiaria inicialmente, cerca de 1.500 funcionários com a profissionalização direta e com perspectivas para o serviço público como: Qualificação no atendimento a população e a iniciativa de se fazer o Plano de Carreira, realizar concurso público para as diferentes funções criadas também pelo Governo Federal em outubro de 2005 - A área profissional 21; Que requalificaria o serviço e atendimento a população.
Quando o Governo do Estado vai re-significar o exercício das relações públicas? Quando os funcionários deixarão de ser anônimos no serviço público? São esses que cuidam da limpeza, que conservam o patrimônio público, que varrem, que ainda usam MIMEÓGRAFO em tempos de novas tecnologias para rodar as provas e trabalhos dos alunos. Esses profissionais superam os limites, mas não os deixam se superar. É lamentável que o Governo não perceba o que a sociedade já entende.
O elo de ligação dos que trabalham na organização escolar - que é o ensino. Na nova literatura deste segmento profissional, sua função é considerada "meio", então a merendeira, motorista, vigia, auxiliar de secretaria, etc, desenvolvem funções que atingem indiretamente o ensino. Documentos organizados, salas arrumadas, banheiros limpos, lanche bem feito, são apenas alguns dos exemplos de trabalhos do cotidiano da escola, que antecedem a prática da sala de aula e que determinam o produto final que é o ensino.
Nossos parabéns a todos os FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS e como andarilha de muitas utopias, da busca incessante pela promoção da escola pública estatal de qualidade social, pela defesa profissional não corporativa, convido a sociedade a reivindicar conosco o PLANO DE CARREIRA DOS FUNCIONÁRIOS, CONCURSO PÚBLICO e PROFISSIONALIZAÇÃO DESTES. Eles merecem muito mais porque fazem à educação deste País e são heróis anônimos e imbatíveis, são a própria resistência a todos, as adversidades. Parabéns, Meus colegas. FONTE: http://www.correiodatarde.com.br/artigos/23322 -- William Pereira da Silva - 84 - 88287382

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