sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Dinheirama.com - Artigos do dia


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Posted: 08 Feb 2013 06:06 AM PST
O fator confiança e sua relação com os custosExiste alguma relação direta entre a confiança e os recursos financeiros? O que você faz para saber se uma pessoa é confiável ou não? Você olha nos olhos? Faz uma leitura corporal? Pesquisa a reputação? Verifica se ele é honesto?
A priori, podemos rever a definição de confiança como caráter + competência. O dicionário descreve caráter como firmeza de vontade, portanto, ter um bom caráter poderia ser descrito como “firmeza de vontade positiva”, aquela que não prejudica ninguém.

Cresci com o conceito de que se eu fosse honesto com meus semelhantes e tivesse um bom caráter, tudo estaria bem. Embora isso seja verdade, não podemos ignorar parte importante do ingrediente: a competência, que segundo o dicionário é a capacidade de realização, e não somente a intenção de realizar.
Eis um problema comum no mercado de trabalho: vez por outra encontramos um bom candidato para uma vaga na empresa, cujo caráter é indubitável, porém, sua trajetória de realizações coloca em cheque sua capacidade.
Observo esse comportamento principalmente entre recém-formados, que entram nas empresas com mais disposição de ensinar do que aprender, pois julgam a si mesmos pelas intenções (o que "podem" fazer) e os colegas de trabalho pelo comportamento (estes possuem anos de experiência e resultados comprovados).
Muitos desses jovens criam uma balança desigual. Num lado, sua autoconfiança adquirida na universidade; e, do outro lado, a competência dos colegas. Neste cenário, a balança sempre pende para quem tem boas intenções e bom caráter, o que costumar ser motivo de insatisfação para alguns.
Por outro lado, por vezes encontramos um candidato cuja competência é elevada, o que se comprova pelos resultados significativos na carreira, porém, parte deste sucesso veio de forma duvidosa ou até maquiavélica. Sua competência é certa, mas o caráter duvidoso.
No que tange à contratação, Warren Buffett, megainvestidor e CEO da Berkshire Hathaway, uma vez disse: “Quando emprego pessoas, procuro três coisas. A primeira é integridade, a segunda é inteligência e a terceira é um alto nível de energia. Se não existir a primeira, as outras duas acabarão com você”.
A lição é simples: sem confiança, pode-se usar a inteligência e energia para ser muito competente, mas no sentido de fazer a coisa errada.
Certo, mas qual a relação entre a confiança e os recursos financeiros? Uma analogia pode ajudar. Quando nos relacionamos e nosso comportamento inspira confiança, fazemos "depósitos" na conta bancaria emocional que temos com cada indivíduo, ao passo que, quando não cumprimos o que prometemos e geramos desconfiança, fazemos "retiradas" desta conta bancaria.
Quando o saldo é positivo entre os membros da equipe, a velocidade dos processos é alta e consequentemente os custos diminuem. Entretanto, quando a desconfiança é elevada, os processos são longos e burocráticos – e, consequentemente, os custos se elevam.
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O autor Steven M. R. Covey descreve um exemplo pessoal sobre os prejuízos da desconfiança em seu livro "A Velocidade da Confiança", acompanhe:"Antes do 11 de setembro, costumava chegar ao aeroporto aproximadamente meia hora antes da decolagem e passava rapidamente pelo controle de segurança. Mas, depois deste dia, procedimentos e sistemas mais potentes foram colocados nos postos em funcionamento visando aumentar a segurança e a confiança em voar. Os procedimentos tiveram o efeito desejado, mas por outro lado demoro mais para embarcar e me custa mais viajar".
A desconfiança custa caro. Não se constrói confiança do dia para noite, mas para perdê-la bastam minutos. Podemos verificar essa verdade pela vida de Lance Armstrong, atleta do ciclismo americano que construiu uma carreira de títulos inigualáveis, mas que recentemente confessou fazer uso de doping. Creio que, mais do que ninguém, Lance está aprendendo que não se pode, apenas falando, escapar de um problema originado a partir de seu comportamento.
Para vocês, lideres de hoje e do futuro, reitero que liderança não é um cargo ou posição, mas uma escolha, um comportamento. Os verdadeiros líderes são capazes de obter resultados de forma a inspirar confiança – e esta, por sua vez, sempre produz os melhores resultados. Obrigado e até a próxima!
Foto de freedigitalphotos.net.
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Este artigo foi escrito por Alex Arcanjo.
Empresário, empreendedor e curioso sobre temas ligados a vendas, marketing e atendimento ao cliente.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
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Posted: 07 Feb 2013 08:00 AM PST
O crédito consignado, as armadilhas mentais e a produtividadeJá tinha pensado em escrever um artigo falando um pouco mais sobre os efeitos psicológicos que a palavra crédito tem sobre a maioria de nós. Numa coincidência bastante feliz, tive a oportunidade de bater um papo há uns dias atrás com alguns conhecidos do ramo da saúde e o artigo que eu tinha em mente tomou forma. Hoje vamos falar sobre os efeitos do crédito consignado sobre empregados e empregadores.
Só para situar você, leitor, trata-se de um hospital na grande São Paulo onde apenas os sócios não estão endividados. Até aqui nenhuma grande novidade, já que o endividamento parece ter se tornado parte integrante da vida da maioria dos brasileiros – lembre-se que compras a prazo (inclua-se aqui o cartão de crédito), financiamentos, parcelamentos, empréstimos, tomada de crédito são apenas expressões diferentes para designar a mesmíssima coisa: E-N-D-I-V-I-D-A-M-E-N-T-O.
Neste caso específico, o endividamento se deu em função da tomada de crédito consignado. Essa modalidade de empréstimo apresenta dois grandes atrativos para a maioria de nós pobres mortais: taxas de juros menores e débito automático (na folha de pagamento).
Só um detalhe técnico: o empréstimo consignado oferece taxas de juros mais atraentes justamente porque as parcelas são descontadas em folha e, consequentemente, o risco (embutido nas taxas de juros) é quase inexistente, ou seja, o calote é quase impossível.
Pois bem, no artigo anterior (clique aqui para relembrar) falamos que quando entendemos a tomada de crédito como um ganho, nós invariavelmente tentamos maximizá-lo; em se tratando de empréstimo, a única forma de maximizar é pagar menos juros, ou parcelas menores: ponto para o consignado!
Débitos automáticos também são bastante simpáticos, porque não dão o menor trabalho. Eles caem bonitinho, no dia certo sem que tenhamos que nos lembrar deles, providenciar o dinheiro, nos deslocar ou alocar um tempo que seja para efetuar o pagamento. Neste aspecto, o consignado é uma "mão na roda".
Agora vejam que interessante. Este grupo de empresários me revelou que uma vez que as parcelas começam a ser debitadas do salário, as pessoas passam a ver esse desconto como uma perda salarial. O efeito psicológico aqui é de que elas estão ganhando menos! Isso gera insatisfação, que gera queda na produtividade, menor comprometimento, ambiente de trabalho desfavorável e por aí vai.
Como o que mais levamos em consideração é o tamanho da parcela e não os juros, a minha suspeita é que as pessoas estão fazendo uma conta mental perigosa: elas deduzem a "parcelinha" do empréstimo do salário bruto, ou no máximo do líquido, quando na verdade deveriam deduzir do dinheiro que fica disponível depois de terem pago todas as contas do mês.
Sim, porque é muito diferente ter R$ 1.000,00 e deduzir R$ 200,00 de parcela do que deduzir os mesmos R$ 200,00 de R$ 300,00, que é o que sobra no mês. Certo?
E aí, o que fazer? Do ponto de vista individual, ler a coluna de Psicologia Econômica (clique para mais artigos) para entender um pouco melhor como funciona a nossa cabeça e passar a perceber o crédito como endividamento, e ponto.
Do ponto de vista empresarial, levando-se em conta que o endividamento em massa de funcionários está cada vez mais comum, programas de educação financeira que contemplem os aspectos psicológicos da tomada de decisão seriam de grande eficácia.
Insisto nos aspectos psicológicos abordados pela Psicologia Econômica porque informação não basta para modificar comportamento, é preciso que as pessoas sejam capazes de desarmar suas próprias armadilhas para que, assim, tenham uma vida financeira mais saudável e sustentável.
Até a próxima!
Foto de freedigitalphotos.net.
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Este artigo foi escrito por Adriana Spacca Olivares Rodopoulos.
Economista e especialista em Psicologia Econômica ambos pela PUC-SP. Atualmente coordena o Projeto Escolhas e Educação da Clínica de Psicologia Altavista e integra o Grupo de Estudos sobre Psicologia Econômica supervisionado pela Dra. Vera R. de Mello Ferreira.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
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