sábado, agosto 04, 2007

POR TRÁS DA GREVE II

PUBLICADO NO JORNAL DE FATO DIA 04/08/2007 - SÁBADO - COLUNA CÉSAR SANTOS

Por trás da greve II


A professora Maria José, leitora do JORNAL DE FATO, e que está na luta de sua categoria por melhores salários e condições de trabalho na rede estadual de ensino, envia e-mail discordando de comentários feitos pelo titular da coluna na edição de ontem, quando foi analisado o ingrediente político-partidário na greve dos professores. Leia o que diz Maria José: "Não concordo com sua avaliação sobre a greve dos professores. Ela incorre na mesma tecla de alguns setores de que se trata de uma greve político-partidária. Eu sou professora. Estou na base. Portanto, tenho elementos para afirmar o contrário. Nossa greve é mais do que justa, e estou estarrecida com o tratamento que a governadora vem nos dispensando, de corte de salário até demissão. Isso é lamentável e causou um constrangimento muito grande entre Wilma de Faria e a categoria, que duvido muito que seja superado, mesmo ela atendendo parcialmente algumas das nossas reivindicações. Quanto à deputada Fátima Bezerra, ela está onde sempre esteve: na luta, como sempre ao nosso lado. Desconhecer isso é má-fé e injustiça. Se ela pleiteia candidatar-se em 2008, não vejo nada demais. Diz respeito a ela e ao partido ao qual ela faz parte. Fátima não caiu na educação de pára-quedas, nem incorporou esse discurso da defesa da educação agora, como certo deputado. Ela é uma de nós, e muito tem feito pela educação. Isso a categoria reconhece e lhe é muito grata. Abraços, Maria José." A professora-leitora tem razão, em parte. Quando diz que a greve é mais do que justa, concordamos inteiramente, inclusive, colocamos isso no comentário de ontem. Também enaltecemos a luta da deputada Fátima Bezerra em defesa dos professores e da educação, pois foi daí que a parlamentar construiu a sua carreira política. Agora, não há como negar que a greve tem, sim, ingrediente político. A própria Maria José deixa evidenciado, quando diz que Fátima não caiu na educação de pára-quedas, "como certo deputado", em referência clara ao deputado federal Rogério Marinho (PSB), principal oponente da deputada petista na corrida pela Prefeitura de Natal. Como se vê, a própria categoria entendeu o conteúdo político do movimento, sem a necessidade de se expor.


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