terça-feira, abril 02, 2013

Dinheirama.com - Artigos do dia


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Posted: 01 Apr 2013 04:00 PM PDT
O investidor de sucesso não reclama. Ele aproveita!Que tipo de pessoa você é? Sei que a pergunta é um pouco delicada e pessoal, mas gosto de conhecer um pouco de quem nos acompanha aqui no Dinheirama. Conhecendo você melhor, terei a oportunidade de escrever sobre os assuntos que mais chamam sua atenção. Chamando sua atenção, criaremos aquilo que é o mais importante em nosso trabalho: o vínculo, representado pela interação entre autor leitor.
Acredito que esta é a melhor forma de mensurar o sucesso de um texto. A interação nem sempre é diretamente no espaço de comentários, já que hoje pode ser feita através das redes sociais ou mesmo com um e-mail direto para o Dinheiramacontato@dinheirama.com – ou ainda por nosso formulário de contato.
Felizmente, desde o inicio do blog tivemos a oportunidade de conversar muito com pessoas como você. Foram muitos papos diretos e sinceros sobre finanças pessoais, o que me fez concluir que existem dois tipos de pessoas: aqueles que reclamam da vida e aqueles que buscam soluções.
Por aqui, percebi que a grande maioria está no segundo grupo, o que busca soluções, e isso realmente é algo muito bom. Mas, para minha surpresa, ainda temos por aqui e por todo lugar pessoas que desperdiçam seu tempo e seus recursos apenas criando justificativas para problemas –no final das contas, a reclamação se torna uma forma de postergar o sofrimento e não aceitar a vida como ela é. Porque todos nós erramos.
Lidar com o erro é certamente um trunfo. Virar a página é a melhor maneira de superar pequenas limitações que, para serem trabalhadas, precisam sempre ser testadas. Quem demora para perceber, perde essa oportunidade, pois o foco permanece em buscar desculpas e justificativas para a ausência de transformações.
Por aqui, nosso nicho são as finanças e erros relacionados ao dinheiro sempre carregam um componente crucial: a questão emocional. Quem aprende a lidar com possíveis erros e transformar essas experiências em aprendizado é aquele que saberá explorar o erro e torná-lo motivação para um acerto logo adiante.
Quem, ao contrário, aceita possíveis limitações e desiste de tudo estará fadado a perder sempre mais e, assim, deixará boas oportunidades passarem. Um bom exemplo disso são os investidores que, na base da pura empolgação decidiram, há poucos anos, "tentar a sorte" na bolsa de valores. Sem nenhum preparo e sem conhecer de fato o terreno, tomaram um tombo.
Muitos nunca mais voltaram aos investimentos em renda variável. Alguns acharam mais conveniente voltar aos produtos conservadores com a desculpa de que "a bolsa é um cassino". Outros perceberam o erro e decidiram estudar com afinco como se dá, de fato, o funcionamento da bolsa de valores – estes hoje colhem os frutos da persistência e do comprometimento em fazer melhor.
Uns aceitam perder, enquanto outros decidem que querem ganhar. Este segundo grupo também perde, mas não lamenta ou justifica. Aprende com o erro e cresce.
O mercado de investimentos no Brasil vive um momento impar. Estamos diante de um cenário extremamente diferente do que todos nós estávamos acostumados. Mesmo que exista no radar um possível aumento na taxa de juros, ele não se dará da forma como estávamos acostumados. É necessário que o brasileiro perceba que a caderneta de poupança não é o pior lugar para guardar dinheiro, mas está muito longe de ser o melhor ou o único.
Para terminar, quero lhe convidar a refletir sobre uma frase dita alguns anos atrás por uma das pessoas mais brilhantes que já viveram neste planeta. Alguém que se reinventou e trouxe ao mundo uma nova forma de lidar com oportunidades:
“Você pode encarar um erro como uma besteira a ser esquecida, ou como um resultado que aponta uma nova direção” – Steve Jobs
Lembre-se: ficar reclamando lhe fará, no mínimo, perder muito tempo. Que tal olhar e aproveitar mais as oportunidades e, quando isso não for possível, você mesmo criá-las? Concorda com minha visão? Deixe sua opinião no espaço de comentários e vamos interagir. Até a próxima.
Foto de freedigitalphotos.net.
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Este artigo foi escrito por Ricardo Pereira.
Educador financeiro, palestrante, Sócio do Dinheirama é autor do livro "Dinheirama" (Blogbooks), trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama. No Twitter: @RicardoPereira
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama




Posted: 01 Apr 2013 11:00 AM PDT
Dinheirama Entrevista: Thiago Pessoa, Coordenador da rede social InvestmaniaJá discutimos em alguns artigos o papel da informação na tomada de decisões. Muitos investidores já relataram que o excesso de informaçõe os paralisou e prejudicou sua estratégia de investimentos. O oposto também tem efeitos perigosos: decidir sem ter conhecimento muitas vezes é sinônimo de embarcar em um investimento arriscado demais e diferente do perfil do investidor.
Informação, portanto, é válida quando ela faz sentido. E nada melhor que discutir o mercado financeiro com outros investidores, profissionais do mercado, empresas de capital aberto e analistas. É o que propõe a rede social Investmania (clique e conheça), capitaneada por Thiago Pessoa.
Thiago Pessoa é formado pela Universidade de São Paulo, onde presidiu a empresa FEA jr. USP e fez intercâmbio estudantil em finanças na FEP – Faculdade de Economia do Porto. Possui sólidos conhecimentos no mercado financeiro, no qual trabalhou em instituições renomadas durante 7 anos. Atualmente é coordenador do Investmania.
Conversei com ele sobre informação e o papel do Investmania neste sentido. Confira:
Thiago, um dos grandes dilemas do brasileiro é acostumar-se com a educação financeira como fonte de transformação. Para muitos, investir ainda é algo distante e difícil. Como o Investmania trata essa questão?
Thiago Pessoa: Enxergamos que o brasileiro de fato ainda acredita que o investimento é algo distante e difícil para começar. O Investmania veio para apresentar uma nova proposta de relacionamento, onde o principal objetivo é desmistificar este mundo de investimentos, de uma maneira simples e interativa.
O Investidor, ao cadastrar-se gratuitamente no www.investmania.com.br, vai encontrar outros investidores, experientes ou não, profissionais de mercado, análises, relatórios de empresas e muitas informações que são compartilhadas diariamente com o objetivo de simplificar este mundo e colaborar na hora de tomar a melhor decisão na hora de investir.
Você acredita que o brasileiro tem se interessado mais pelo tema “investimentos”? Quais são os principais desafios para quem quer começar a investir?
T. P.: Sim, acredito que todos os brasileiros começam a perceber a importância de se investir nos dias de hoje, independente de classe social ou idade. Para estes que querem  começar a investir ou mesmo para aqueles que já investem, existem inúmeras dicas que podem ser encontradas no Investmania, mas  as principais dicas para quem está começando a investir hoje são:
Faça um bom planejamento financeiro! Antes de começar a investir, é importante saber como anda a sua situação financeira e quanto você tem de dinheiro disponível para auxiliar no seu investimento. Essas informações são importantíssimas para determinar o prazo e/ou risco e assim lhe auxiliar na escolha do melhor investimento.
Defina um Objetivo! Antes de começar a investir, trace algumas metas/objetivos que deseja alcançar. Com estes objetivos definidos, é muito mais fácil tomar decisões de investimentos e muito mais gratificante quando consegue atingi-los.
Sempre se mantenha informado! A economia hoje é muito dinâmica e muitas vezes um investimento que era a melhor opção em um determinado período, pode não ser bom em outro. Portanto, estar sempre bem informado é importante para  garantir a escolha da melhor alternativa de investimento.
Como eu já disse, o Investmania pode lhe auxiliar em todas estas etapas.
De onde surgiu a ideia de criar o Investmania, uma plataforma que permite contato de investidores e profissionais de mercado? Conte-nos um pouco dessa história.
T. P.: A ideia surgiu da necessidade que sentimos, como investidores, de procurar informações e conhecimento sobre  investimentos. Percebemos que os profissionais de mercado, como Analistas, Gestores de RI e até mesmos os investidores mais experientes costumam ter muita informação e conhecimento, mas não existia um lugar apropriado onde eles pudessem conversar entre eles e auxiliar os investidores nesta troca de conhecimento.
Criamos o www.investmania.com.br com este propósito e conseguimos conquistar um público expressivo que demonstra ter muito interesse, conhecimento e vontade de investir para atingir os seus objetivos. Neste ínterim, firmamos parcerias com grandes empresas que nos ajudam a promover apresentações diárias e mensais online com profissionais de mercado sobre análises, novos tipos de investimentos e dúvidas sobre suas operações e relatórios.
Desde o início do Investmania, promovemos apresentações sobre Fundos Imobiliários, Opções, ETF's, Assembléias e  apresentações de resultados de algumas empresas de capital aberto, sem contar as apresentações diárias de análise gráfica e semanais de análise fundamentalista.
Assim como a falta de conhecimento, o excesso de informação também costuma ser paralisante e perigoso. Como o pequeno investidor deve usar a Internet para auxiliar seu processo de tomada de decisões?
T. P.: Realmente, a Internet tem hoje muita informação disponível, o que pode levar o pequeno investidor a tomar uma decisão por impulso e atrapalhar a performance dos seus investimentos. Portanto, sempre recomendamos a todos os investidores que, ao ter acesso a uma informação, aproveite a nossa rede social para compartilhar e trocar opiniões com outros investidores e profissionais de mercado.
Acreditamos que o maior ganho que podemos oferecer ao pequeno investidor é a possibilidade de aproximá-los aos profissionais de mercado, para que juntos tomem uma melhor decisão de investimento e compartilhem suas dúvidas e estratégias.
Na interação entre os usuários do Investmania, quais são as principais dúvidas dos investidores? Qual tem sido a abordagem para desmistificá-las?
T. P.: Existem inúmeras dúvidas que sãos desmistificadas ao longo do dia no Investmania por diversos tipos de investidores. São dúvidas de iniciantes, que enviam questões sobre ações, tesouro direto ou fundos imobiliários, até investidores mais experientes, que querem saber a opinião dos analistas sobre determinadas empresas, a volatilidade do mercado ou conhecer detalhes e consequências de decisões macroeconômicas que possam influenciar os mercados como um todo.
A nossa abordagem para desmistificar essas dúvidas tem sempre sido de forma colaborativa, ou seja, quando falamos sobre o Investmania não estamos falando de uma equipe com algumas pessoas para responder todas as dúvidas e sim de mais de 37.000 investidores que estão diariamente dentro da rede social, interagindo e trocando experiências. Além disso, também monitoramos os principais assuntos que estão sendo discutidos no momento e convidamos especialistas de mercado para realizar apresentações online em vídeo para esclarecer estas dúvidas.
Você considera que o investidor brasileiro está pronto para abrir mão das aplicações conservadoras para arriscar-se em alternativas como a bolsa de valores? O que falta para “cair a ficha”?
T. P.: Sim, acredito que o investidor começou a perceber que investir em aplicações conservadoras como poupança já não traz mais o retorno que trazia como antigamente e, aos poucos, ele está acordando para as novas opções de investimentos existentes, como a Bolsa de Valores.
Uma prova disso é que saldo de investimentos de investidores pessoa física na bolsa de valores está, neste ano, positivo em mais de R$ 500 milhões. Sabemos que este movimento é ainda pequeno e o iniciativas como o Investmania são muito importantes para apresentar a todos os investidores alternativas diferentes da tão tradicional caderneta de poupança.
Thiago, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo trabalho à frente do Investmania. Por favor deixe uma mensagem para os leitores que desejam conhecer mais sobre seu trabalho.
T. P.: Agradeço a oportunidade de participar e apresentar o Investmania a todos os leitores do Dinheirama. Convido o leitor a se cadastrar gratuitamente no www.investmania.com.br para nos ajudar a desmistificar cada vez mais este mundo dos investimentos. Vejo vocês por lá! Parabéns pelo trabalho e até a próxima.
Foto: divulgação.
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Este artigo foi escrito por Conrado Navarro.
Educador financeiro, tem MBA em Finanças pela UNIFEI. Sócio-fundador do Dinheirama, autor dos livros "Vamos falar de dinheiro?" (Novatec) e "Dinheirama" (Blogbooks) e autor do blog "Você Mais Rico" da Revista Você S/A. Ministra cursos de educação financeira e atua como consultor independente. No Twitter: @Navarro.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama




Posted: 01 Apr 2013 07:45 AM PDT
IPI reduzido: carros ficam mais baratos até dezembro deste anoNa noite do último sábado (30) foi anunciada pelo Ministério da Fazenda a prorrogação da alíquota reduzida do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis até dezembro. O incentivo visa ajudar o setor automobilístico a manter os níveis de produção e de emprego até o fim do ano.
O aumento do IPI estava programado para ocorrer hoje, mas em nota oficial o Ministério da Fazenda alegou que a medida foi imposta para estimular o mercado interno. "Com essa medida, o governo não só estimula o setor automotivo, um dos principais motores da economia, como toda a cadeia automobilística, como as indústrias de autopeças, de estofamento e de acessórios", informou.
A indústria automobilística representa 5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e, segundo assessoria do Ministério da Fazenda, a medida representa uma renúncia fiscal adicional de R$ 2,2 bilhões de abril a dezembro de 2013 em relação ao que já estava programado. Esta precaução se mostra importante visto o baixo desempenho das vendas no primeiro trimestre de 2013.
Aqui no Dinheirama publicamos dois artigos sobre o assunto: os carros mais vendidos em fevereiro e os carros mais vendidos na primeira quinzena de março. Neles, é possível notar a queda de vendas quinzenais a partir do fim do ano passado.
Entre maio e dezembro de 2012, o governo reduziu o IPI dos veículos flex de até mil cilindradas de 7% para zero. No primeiro dia deste ano, a alíquota dessa categoria subiu para 2% e deveria subir para 3,5% a partir de hoje, 1º de abril, voltando aos 7% originais em 1º de julho.
Os veículos flex de mil a 2.000 cilindradas tinham programação parecida. Para eles, a alíquota do IPI caiu de 11% para 5,5% até 31 de dezembro, subiu para 7% em 1º de janeiro e deveria ir para 9% nesta segunda-feira. Para veículos a gasolina, o IPI original saiu de 13% para 6,5% entre maio e dezembro do ano passado, foi para 8% em 1º de janeiro e a previsão anterior é de que chegaria a 10% a partir desta segunda-feira.
No caso dos veículos utilitários, a alíquota de 8% ficou em 1% até dezembro, subiu para 2% em janeiro e deveria ir para 3%, se o governo mantivesse a programação anterior de aumento do IPI.
A medida pode ser vista como uma maneira de tentar manter o bom número de funcionários empregados pela indústria automobilística. O setor automotivo contratou 1.819 trabalhadores em janeiro e fevereiro deste ano, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Segundo informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo no último sábado (30), a indústria conta com 131,7 mil trabalhadores e está perto de atingir seu recorde histórico em número de funcionários – 133,6 mil em fins de 1980.
Ademar Cantero, diretor de relações institucionais da Anfavea, lembrou que no início do ano passado o setor apresentava queda nas vendas de carros, mas teve o movimento revertido depois do anúncio da redução do IPI.
"O governo adotou a redução do IPI, as montadoras também reduziram os seus preços e o crédito foi destravado. Em função desse conjunto de medidas, no ano passado conseguimos inverter essa curva para um crescimento de 4,5% no mercado", afirmou.
Como ficam as cidades?
A redução do IPI promove a procura por novos carros no mercado e, consequentemente, impulsiona o número de automóveis que circulam nas grandes cidades. Atualmente, o país conta com mais de 43 milhões de automóveis em circulação, sendo que a maioria absoluta desses carros se concentra nas regiões metropolitanas.
Como bem sabemos, a infraestrutura dessas grandes cidades deixa a desejar, como também como aponta André Trigueiro, do blog Mundo Sustentável. Em sua análise, ele questiona a medida de prorrogar o IPI reduzido até dezembro a fim de manter a economia aquecida. Vale a leitura.
Como você vê esse incentivo implementado pelo Ministério da Fazenda? Deixe sua opinião nos comentários.
Fonte: R7. Foto de freedigitalphotos.net.
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Este artigo foi escrito por Willian Binder.
Graduando em Administração na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e estagiário do Dinheirama.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama




Posted: 01 Apr 2013 05:00 AM PDT
Os 5 principais erros dos investidores iniciantesHelder comenta: “Navarro, estou investindo bastante do meu tempo em leituras sobre investidores e suas estratégias de investimento. Uma das coisas que procuro é entender quais são os principais equívocos associados às decisões que tomamos quando decidimos investir nosso capital. Você tem uma lista dos principais erros relacionados aos investimentos? Obrigado”.
Sempre que o assunto é dinheiro e investimentos, seja com clientes ou em uma simples conversa de amigos, faço questão de deixar uma coisa bem clara: o sucesso (ou o fracasso) ao investir não depende apenas da matemática, mas de compreender, respeitar e lidar com a natureza humana.
O Dinheirama vem tratando da relação "homem-ciência-dinheiro-sentimento" na seção "Psicologia Econômica", onde fica claro que lidar com a natureza humana é, sem dúvida, nosso maior desafio. A palavra-chave relacionada a este desafio é emoção.
Segundo uma definição clássica e muito utilizada pela Professora Vera Rita de Mello Ferreira, "emoção é impulso, é parente próxima de instinto, é o que nos impele a buscar satisfação e agir nesse sentido".
Viu outra palavra importante? Satisfação. A definição acima serve para explicar porque adoramos consumir e fazer compras; ou porque é tão fácil ficar animado quando alguém apresenta uma oportunidade fantástica de investimento; ou ainda porque arriscamos tanto quando o mercado vai muito bem.

5 principais erros dos investidores iniciantes

Formular uma lista com os principais erros cometidos por investidores é uma tarefa bastante complicada. Primeiro, porque são muitos os erros. Segundo, porque eles têm origens em características subjetivas, o que os torna peculiares e únicos a depender do perfil do investidor. E, terceiro, porque eles são sempre potencializados pela emoção.
Ainda assim, arrisco-me a apontar cinco erros bastante perigosos, especialmente para quem investe há pouco tempo. Vejamos.

1. Superestimar a probabilidade de eventos positivos

Tudo que o investidor novato quer é ter a certeza de que seu dinheiro renderá muito e que, em pouco tempo, seu patrimônio será multiplicado por um fator bem interessante. Alguns vão muito além: querem investir pouco e ter um retorno expressivo. Vocês não imaginam quantos e-mails eu recebo com mensagens ao estilo "Tenho R$ 5 mil e gostaria de ficar milionário blá-blá-blá".
Que ótimo que há o desejo de investir e transformar-se em um milionário (isso desencadeia emoções importantes no processo), mas superestimar as oportunidades disponíveis só tende a gerar mais angústia e ansiedade. Ora, como é lidar com a realidade de saber que aquele super negócio que seu amigo ofereceu, um típico esquema de pirâmide, quebrou?
A emoção toma conta. O investidor vai da euforia do investimento inicial, quando ele superestimou a chance de tudo dar certo e ele ficar rico logo, para o susto da realidade. O resultado pode ser um perigoso trauma.
Atitude desejada: conheça muito bem o investimento que pretende fazer, suas características, riscos e histórico.

2. Tirar conclusões a partir de poucos dados

Outro caso comum é o do investidor que é apresentado a um excelente produto (fundo de investimento, digamos) e decide investir logo depois de ouvir a explicação do representante da empresa (pode ser um "pastinha" ou profissional próprio). É o que espera o ofertante do produto, mas é melhor que não seja assim.
Ofereço algumas questões relevantes que devem ser plenamente respondidas e entendidas antes da decisão de investir:
  • A empresa que oferece o produto é devidamente registrada e tem autorização para oferecer produtos financeiros? Consulte a CVM, Banco Central e afins para ter certeza;
  • Desde quando a empresa existe e quantos fundos ela gerencia? É importante conhecer a empresa, seus sócios e sua história;
  • Qual o patrimônio total administrado pela empresa? O volume gerenciado dá dimensão de quantas pessoas já investem e confiam na empresa;
  • Qual o histórico de rentabilidade dos produtos da empresa? Dê preferência a empresas que existam há mais tempo e cujas estratégias tenham sido testadas em crises como a de 2007, por exemplo.
Estas são algumas perguntas. Você pode e deve fazer muitas mais, além de comparar, conversar com os gestores e visitar a empresa. Cercar-se de cuidados antes de decidir onde investir é a atitude correta quando se trata de preservar e multiplicar seu patrimônio. Afinal, o dinheiro do dia a dia é suado, não é mesmo?
Atitude desejada: perguntar muito sobre a empresa, sua história, seus produtos, clientes, patrimônio e histórico em relação ao mercado.

3. Relutância em admitir erros (ou teimosia)

A decisão se mostra incorreta e o resultado não é o esperado. Há quem siga fiel ao sentimento de que tudo vai melhorar, criando laços perigosos com os ativos de sua carteira. Agir assim significa associar-se forma silenciosa ao ego, quando o recomendado seria respeitar uma estratégia.
A palavra-chave, portanto, é estratégia. É preciso defini-la e respeitá-la. Definir limites de perdas (stop loss) e ganhos (stop gain) e prazos para o investimento (curto, médio e longo prazo) é o básico para evitar que as emoções somem tanta força na hora de tomar suas decisões.
Ao lidar com os investimentos, o foco não é saber quem está errado, mas compreender o papel da estratégia. Se ela não funcionou, é hora de revisá-la e experimentar variações. Se deu certo, será que foi um golpe de sorte ou as variáveis foram mesmo cobertas e corretamente analisadas? Ter uma estratégia evita que você valorize demais sua péssima capacidade de estimar (Erro 1, lembra-se?).
Atitude desejada: crie um plano de investimentos coerente com seus objetivos, preferindo realizar pequenos lucros mais vezes a esperar a "grande tacada".

4. Acreditar que seu sucesso se deve à sua sabedoria, e não ao mercado em alta

Atualmente, este é um erro pouco comentado no Brasil. O mercado de ações, onde esse erro é mais frequente, anda bem estranho por aqui. O número de investidores pessoa física não cresce há algum tempo. Não há euforia, o que exige cuidado e experiência para ter bons resultados em um mercado "de lado".
Os especialistas costumam dizer que quando a alta das bolsas é notícia muito frequente na mídia menos especializada, "é provável que essa seja uma boa hora para sair (vender) e realizar lucros". Já vimos isso acontecer no passado recente e o convite à reflexão é simples: quão eficiente é sua estratégia quando o mercado não está soprando a favor?
Porque, convenhamos, é fácil ver a carteira subir bastante quando todo o mercado impulsiona a bolsa para cima. O que fazer, no entanto, quando a situação é diferente do ideal? Comece aprendendo técnicas de investimento diferentes, como proteção através de opções de compra/venda, aluguel de ações etc.
Atitude desejada: investir também em momentos de mercado lateral ou com tendência de baixa, testando e aprendendo estratégias diferentes (hedge, opções, contratos e etc.).

5. Confundir familiaridade com conhecimento

Em relação aos seus primeiros passos, começar a investir é sinônimo de comprar as Blue Chips que saem todos os dias no jornal? Esta pode ser uma decisão interessante para o longo prazo, mas muitos investidores agem assim simplesmente porque leram a recomendação em alguma revista e não porque entendem que essa seria a "coisa certa" a fazer.
Fulano ouviu dizer que o Tesouro Direto é uma aplicação bacana. Legal, mas isso torna a aplicação realmente interessante para ele? Depende. Depende do seu horizonte temporal do investimento, do montante a ser aplicado, do seu perfil e por ai vai.
É desejável que você acompanhe o noticiário especializado e tenha opinião formada sobre as diversas alternativas de investimento disponíveis. Só não confunda a familiaridade com o tema com conhecimento para investir de forma mais confiante – essa confusão abre espaço para a emoção e os resultados podem ser desanimadores.
Atitude desejada: valorize a familiaridade com o assunto e, a partir dela, aprofunde-se nas alternativas de investimento que parecem mais apropriadas para seu perfil.
Confundi mais que ajudei?
É bem possível que ao chegar até aqui você acredite que investir é bem mais complicado do que você imaginava. Talvez por isso você, inconscientemente, invista apenas naquelas opções tradicionais, simples e que você já conhece há muito tempo, como a caderneta de poupança ou os fundos de renda fixa.
A proposta é mesmo convidá-lo a rever sua postura diante das decisões que vem tomando em relação patrimônio familiar. Quero desafiá-lo a sair da zona de conforto. Adianta eu tentar convencê-lo dizendo que investir melhor representa uma decisão fundamental para quem busca independência financeira? Isso você já sabe.
Se a provocação faz sentido, termino com a sensação de dever cumprido. Se ainda não "cheguei lá", prometo insistir mais, mais e mais. Deixe seus comentários e fale comigo também no Twitter – sou o @Navarro por lá. Até mais.
Foto de freedigitalphotos.net.
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Este artigo foi escrito por Conrado Navarro.
Educador financeiro, tem MBA em Finanças pela UNIFEI. Sócio-fundador do Dinheirama, autor dos livros "Vamos falar de dinheiro?" (Novatec) e "Dinheirama" (Blogbooks) e autor do blog "Você Mais Rico" da Revista Você S/A. Ministra cursos de educação financeira e atua como consultor independente. No Twitter: @Navarro.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama




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