sexta-feira, julho 27, 2007

A EDUCAÇÃO PÚBLICA POR CAPITÃO CAVERNA

FONTE: http://www2.uol.com.br/omossoroense/mudanca/conteudo/cap_caverna.htm

A educação pública

Há muito, as pessoas falam, os estudiosos criticam, a sociedade reclama, as autoridades se escondem ou atribuem a outrem a culpa, pesquisas confirmam, a realidade constata,... Enfim, A EDUCAÇÃO PÚBLICA no Rio Grande do Norte não tem mais um ponto negativo a ser atingido; já conquistou todos eles. É campeão! Não existe concorrência. Não há competidor mais incapaz do que o nosso Estado. Não há adjetivo capaz de classificá-la. Ao chegar ao "fundo do poço" atingiu uma rocha intransponível.

Haveria algo possível de ser feito para que o quadro catastrófico ora anunciado fosse revertido? Há. Sem dúvida, há. Assim julgo analisando as possibilidades no plano material, no mundo prático; porém entendo que uma ABSOLUTA REFORMA no SISTEMA DE ENSINO não é uma POLÍTICA DE CHARME, não gera votos, não produz resultados imediatos. Os dez, doze ou quinzes anos necessários para que se colham os primeiros frutos conduzirão ao esquecimento público o reformador, o ser verdadeiramente preocupado com o CRESCIMENTO educacional, e por conseguinte em todos os setores da atividade humana, do povo que representa.

Assim introduzo essa humilde colaboração dominical porque me vi indignado com um texto publicado pelo jornal O Mossoroense - matéria paga, não importa - na edição de número 12 730, de terça-feira, 19 de junho, na página 8 do caderno principal com o título "ESTE ANÚNCIO É PARA QUEM SABE LER." e, logo abaixo "Ler e interpretar.".

Confesso: li, interpretei e chorei com o resultado. Não me esforcei para tanto, a angústia, o mal-estar ou o sei-lá-o-quê-que senti foi conseqüência do que li. Contudo o que mais me atingiu, o que mais me chocou e me fez ver a publicidade com mais atenção ainda foram os ERROS grosseiros, absurdos ali produzidos. Tenho a impressão de que o autor do mesmo é um aluno do terceiro ano do ensino médio assistido por esse sistema de ensino falido, caótico que, ao final, só deseja "Melhorar nossa educação" dizendo que "Essa tarefa é de todos" e subscreve "Governo de Todos - Secretaria de Educação e da Cultura".

No primeiro parágrafo, veja leitor querido, a baboseira com a qual me deparei: "...se seu filho chegasse EM casa com uma nota abaixo da média...". Não irei além disso porque não suporto sequer reler a continuação do texto. Ficarei limitado ao aspecto gramatical da frase destacada.

O verbo "chegar" expressando a idéia de movimento é intransitivo e rege preposição "A". Quem chega, chega A algum lugar. Esse verbo admite a regência da preposição "EM" apenas e tão-somente no caso de a frase transmitir a idéia de CONDUÇÃO. Por isso é que se diz que "Ele chegou NO carro", "Ela chegará NA bicicleta", "O rapaz chegou NO cavalo e cumprimentou a todos",... Ninguém pode chegar EM casa, nem mesmo o aluno da Rede Pública de Ensino, pois chegar EM é CHEGAR SENDO CONDUZIDO POR, É CHEGAR MONTADO EM. Ninguém pode chegar A CAVALO EM UMA CASA.

Vou esperar que haja uma verdadeira reforma em nosso Sistema de Ensino Público - não importa a esfera - e em que um dia qualquer da existência futura eu, meus filhos ou meus netos sintamos a honra de ler um texto veiculado no jornal O Mossoroense e patrocinado por quem comande a sociedade norte-rio-grandense mas que mande escrever "... SE SEU FILHO CHEGASSE A CASA...", SEM ACENTO GRAVE, pelo amor a Deus já que a palavra casa não está determinada pelo possuidor.

Espero que esse comentário sirva para algo diferente de minha DEMISSÃO!

* Republicado a pedidos


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