WILLIAM PEREIRA: As lições que aprendi não vendo Big Brother Brasil

terça-feira, março 29, 2011

As lições que aprendi não vendo Big Brother Brasil - novo-MUNDO

As lições que aprendi não vendo Big Brother Brasil

Posted: 28 Mar 2011 11:32 AM PDT

Desde criança vi a TV como algo que só era utilizado em momentos de extrema falta do que fazer. Ligava-se a televisão quando todas as terefas da escola estavam prontas e nunca quando havia sol ainda para aproveitar com os amigos. E como fui alfabetizada em casa antes mesmo de entrar na escola, sempre tinha coisas mais interessantes para descobrir do que interesse em sentar diante da tela e não sair mais de lá. É claro que haviam os programas que me interessavam, tais como Castelo Ra-Tim-Bum e Sítio do Pica-Pau Amarelo. E é claro que isto fora antes pré-aprovado pela minha comissão familiar julgadora do que é ou não próprio para crianças.

Hoje, contudo, logo após o fim do Jornal Hoje (que vejo em um streaming pirateado de Brasília só para me manter minimamente em dia com notícias [e veja, por notícia eu entendo o informe. Não precisa vir com aquela papagaiada de "eles só mostram o que querem" porque isto eu sei desde... hm... sempre]), vi uma propaganda que me chamou a atenção. Era uma daquelas chamadas da Globo para a votação do Big Brother Brasil, pedindo que votássemos em quem gostaríamos que ganhasse o prêmio final do programa. Senti na mesma hora um misto de asco e deslumbramento. O motivo? Bem, com um telefonema você pode decidir uma vida inteira ou o desandamento dela.

Já contabilizam-se 169 ex-BBBs. Já contabilizam 169 vidas decididas através do telefone. Para o bem ou para o mal, foram 169 vidas modificadas, manipuladas e estigmatizadas por pessoas que conhecem um personagem, um meio barato e muito cretino de produzir um foco artificial de atenção em cima daquilo que há de mais podre do mundo: a corrupção de ideais, a corrupção de valores, a corrupção de pessoas para fins tão bestiais, jogar com vidas, com sentimentos e ainda chamar isto de jogo da vida. Honestamente, se isto for o jogo da vida, quero mais é ser abduzida logo, para, quem sabe, voltar ao planeta Terra que chamava isto de imbecilidade.

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